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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Caçadores - A Caçada Começa

A história em si fala sobre uma organização chamada CDM - Caçadores de Monstros - dita pelo ponto de vista de um jovem mestiço chamado Devon Joseph. O primeiro livro da saga Caçadores conta o começo da história de um futuro caçador.

Capitulo I - Eu Sou Recrutado
Capitulo IV - Meu Treinamento De Elite
Capitulo VI - Minha Estadia No Duat
Capitulo VII - Minha Aventura No Japão
Capitulo VIII - Sou Salvo Pela Escuridão
Capitulo IX - Meu Retorno Até a CDM
Capitulo XI - Segundo Ano Na Elite
Capitulo XII - Aventuras Na Elite
Capitulo XIII - Uma Luta Épica
Capitulo XIV - Novos Recrutas Uma Nova Missão
Capitulo XV - "Vida Selvagem"
Capitulo XVI - Fogo e Gelo
Capitulo XVII - Paranoia
Capitulo XVIII - (em breve)

sábado, 5 de abril de 2014

Capitulo XIV - Novos Recrutas Uma Nova Missão

Eu acordei atordoado numa cama de hotel, e não me lembrava de praticamente de nada. Eu me sentei na cama e tentei lembrar o que havia acontecido, mas não conseguia. Quando uma garota asiática entrou no quarto eu me lembrei de praticamente tudo, as memórias vieram como uma explosão. E eu comecei a ficar com dor de cabeça. Comecei a raciocinar, e cheguei a conclusão de que o esforço que eu tive para manter os bonecos de escuridão aqui no nosso mundo, foi tanto que eu não armazenei as informações corretamente, e logo não me lembrei do que havia acontecido; mas assim que vi Alexandra a minha mente se reorganizou e eu lembrei de tudo. Por um lado isso foi bom, mas por outro...
Em ainda não estava conformado com a morte de Karla. Claro que ela havia morrido por uma causa nobre, mas mesmo assim, era difícil perder alguém da sua família. Depois de um tempo refletindo sobre o assunto eu me vi pensando na morte do meu avô. Eu tinha apenas três anos e eu não sabia direito sobre a morte. Minha mãe disse que eu ficava pedindo para ela tirar meu avô do Caixão, que eu queria brincar com ele.
Suspirei. Olhei para Alexandra que já estava me olhando perpetuamente tentando invadir meus pensamentos. Assim que eu me mexi ela falou:
–Devon – falou muito hesitante – o Pietro nos contou o que aconteceu com a Karla.
Depois que ela disse isso foi que realmente a ficha caiu pra mim. Ela estava morta e eu nunca mais iria vê-la. Nesse instante eu desabei em lágrimas. Alexandra colocou a mão no meu ombro e começou a falar palavras de consolo. Eu chorei muito... chorei por ela ,e também o chorei que eu não havia chorado quando meu avô morreu. Quando eu parei estava com a cabeça deitada no colo de Alexandra e ela estava fazendo um cafuné em mim. Eu aproveitei o momento um pouco, e depois me levantei enxugando o resto das lágrimas que eu tinha no rosto.
–Vamos – falei ríspido.
–Para onde? – perguntou Alexandra intrigada.
–Vamos para a CDM agora mesmo. – falei pegando minha mochila no chão e ajustando minha roupa para que ficasse como um fardamento escolar – Karla não morreu a toa. Pietro foi salvo e irá se tornar um grande caçador, assim como você e o Gabriel. Vocês vão voltar conosco para a CDM e iniciarão seu treinamento ainda hoje.
–Você tem... – ela não terminou essa frase.
–O quê? – falei a incentivando a continuar.
–Nós vamos com vocês – falou ela mudando a frase completamente.
–Tudo bem então. – falei sorrindo – Vamos lá.
 Depois disso, nós fomos atrás de Pietro e os outros. Eles estavam nos banheiros dos quartos, procurando medicamentos para todos. Nós os achamos na ala C.
–Finalmente dorminhoco – falou Clarck rindo – achei que você tinha entrado em coma.
–Até parece. – falei com um sorriso no rosto – Então... nós precisamos ir, vocês já estão prontos?
–Faz tempo – falou vitória com um meio sorriso no rosto – estávamos só pegando alguns medicamentos. E esperando você acordar.
–E ao que parece – falou Alexandra – as duas coisas já fora cumpridas.
Era verdade, eu já tinha acordado e eles já estavam com bandagens em todo corpo. Inclusive ao que parecia, Clarck havia usado mertiolate em todas as feridas. Eu tive pena dele.
Depois de algum tempo com todos prontos nós pegamos um ônibus que parava perto do palácio do planalto. Depois que descemos no ponto, caminhamos alguns metros e chegamos ao palácio. Os guardas ao nos verem, foram logo preparando as lanças – por sorte eram guardas mestiços – e abriram a fenda, na qual todos nós passamos.
Do outro lado, Douglas estava teclando nas sua boa e velha tela. Ao nos ver, ele foi logo chamando o Sr. Jacob para nos receber, e fez um sinal para que os “convidados” se sentassem em alguns bancos. Em quanto o professor não chegava, nós (eu Clarck e Vitória) explicamos brevemente os acontecimentos na nossa aventura para Douglas. Ele não pareceu se abalar em nem um ponto, com exceção de quando falamos que Karla havia salvado Pietro. Ele se remexeu e ficou um pouco inquieto. Depois que o professor Jacob chegou ele pela segunda vez – pelo menos que eu vi – se levantou da sua mesa e foi falar com o professor antes de nós. O professor olhou para os Mestiços que trouxemos, mas eu tive a leve impressão que ele estava focado em Pietro. No fim das contas ele disse para ele não se sentir culpado pela morte de Karla, pois ela sabia o que estava fazendo, e aquela ladainha toda. Eles começaram com o senhor e a senhora McJones, mas assim como eu Pietro foi levado para elite. O senhor Jacob fez questão de treinar Pietro, mesmo ele entrando numa matéria mais avançada.
No meio do ano mais ou menos, o professor nos dividiu em grupos menores, para nos habituarmos mais a caçada. No meu grupo ficaram: Eu, Clarck, Vitória, Pietro e Madison. Os demais grupos eu não me lembro, já que a partir daquele dia começamos a receber aulas separadamente.
...
No começo do quarto bimestre anual, nosso grupo saiu numa missão e verdade. Douglas liberou um dos portais controlados para a gente. A missão era matar um lobo nórdico, que os caçadores soltaram numa área próxima ao Alasca. Nossa equipe saiu aproximadamente as 04h52min da madrugada de 27 de novembro de 2010. Cristian quem estava na mesa de recepção, e ele nos mandou direto pra divisa.
Assim que chegamos ao outro lado do portal, sentimos o frio, estava nevando muito,e Clarck – que entre nós cinco era o único que já havia “escolhido o sangue” – utilizou de uma das técnicas que havia aprendido com o instrutor Bárbaro, – ele escolheu o sangue Nórdico – a de localização. Ele fez umas coisas na neve, e soprou um punhado de areia – que por alguma razão ele carregava no bolso – que começou a indicar, por assim dizer, o caminho. Nós corremos por um bom pedaço de terra, até que ouvimos um uivo. Clarck estremeceu, sacou uma arma, – que com a neve caindo eu não consegui identificar – e fez um sinal para que fizéssemos o mesmo. Eu saquei uma lança; Pietro sacou um arco e flechas; Madison sacou duas adagas; e Vitória, sacou três cordas com peso que ela havia feito – eu acho que serviam para amarrar as pernas do oponente – e se preparou para lançar uma.
Nós continuamos o percurso furtivamente, com exceção de Pietro, que subiu numa árvore e se preparou para atirar. Depois de certo tempo andando, nós vimos os olhos vermelhos do lobo nos encarando, rapidamente ele saiu correndo e uivando. Nós fomos atrás dele, e Pietro, ficou atirando flechas no borrão que era o lobo. Depois de corrermos bastante, já o tínhamos perdido de vista, mas começamos a notar um rastro de sangue. Pietro havia acertado uma de suas flechas no lobo. Nós seguimos o rastro cautelosamente, até que começamos a ouvir passos. Escondemo-nos como pudemos e nos preparamos para a emboscada. Eu havia me enterrado parcialmente na neve. Assim que vi o vulto comecei a dar o golpe da lança, mas este foi interrompido por Pietro, que havia usado seu arco para se defender.
–Vai com calma cara – falou ele calmamente – eu não sou um lobo.
–Desculpa. – falei olhando para a direção em que o lobo foi – Mas então, você o acertou?
–Sim – falou com um sorriso no rosto – eu o acertei na perna inferior traseira. É assim que chama?
–Deve ser. – falei sorrindo – Mas então, devemos seguir o rastro?
–Claro – falou Clarck irrompendo no diálogo – o sangue dele está escorrendo, e ele já entrou no processo de banimento. Sabe aquele lance, que o monstro vai pro “inferno” da cultura dele e tal? Então, ele está indo para o reino de não sei quem lá. Sabe aquele “carinha” que guarda o inferno nórdico? Pronto, é esse mesmo que você tá pensando. O lobo tá indo pra lá, mas como ele foi atingido na perna o processo vai demorar, e consequentemente vai manter um passagem do nosso mundo com esse “inferno nórdico”. Ele pode até chamar reforços. Por isso nós precisamos matar aquele “cão”, e logo.
–Nesse caso – falou Madison – precisamos ir mais rápido. Eu não sei explicar, mas eu estou com uma sensação estranha... a sei lá.
Nesse instante, quatro uivos estridentes e o som de um berrante soaram ao longe. Todos nós nos entreolhamos preocupados.
...
–Não deve ter sido nada – disse Vitória quebrando o longo silêncio – digo, não deu tempo de ele chamar reforços. Deu?
–Duvido. – falou Clarck tentando convencer a si mesmo que a Vitória – Mas por precaução, acho melhor rezar.
–Eu não vou rezar a Odin cara, até parece. – falei um pouco irado.
–A velho, você quem sabe – falou Clarck – eu sei que eu vou rezar.
Ele começou a fazer aqueles rituais que ele aprendeu com o treinamento especializado, e começou a fazer um circulo de proteção. Madison tentava seguir seus passos, e Pietro preparava seu arco. Ele nunca acreditou nessas coisas de religiões, pagãs ou não. Ele escolheu não acreditar para não culpar nem Deus nem os deuses. Ele acreditava na existência deles, mas não admitia. Vitória por sua vez olhava na direção na qual o lobo havia ido. Ela tinha olhos de águia, e conseguia enxergar muito bem mesmo, mas eu duvidei que ela visse algo com aquela nevasca. Eu mesmo fiquei bolando estratégias. Depois de um tempo, a neve parou de cair. Eu olhei para cima e notei que na verdade ela estava alterando o curso quando chegava próximo. Eu logo notei que se tratava do tal circulo de proteção. Eu até achei bacana.
Assim que ele terminou o circulo – que na verdade era uma esfera – estava emitindo um brilho novo. Todos nós olhamos perplexos para o trabalho de Clarck. Ele se levantou, parecia exausto, estava até um pouco pálido. Ele olhou ara nós e disse:
–Está tudo condenado – falou trêmulo – eles já estão se preparando.
Depois disso ele tentou andar, mas assim que deu um passo tropeçou e caiu no chão desmaiado.
–Ele deve ter delirado... – falei cético – ele provavelmente deve ter gastado muita energia e perdeu a noção do bom senso.
–Talvez – disse Madison pálida – mas nós temos problemas maiores para no preocupar agora. Olhem lá.
Ela apontou para um pequeno monte e quando nós olhamos, notamos a presença e um lobo muito maior, e um elfo montado nele. O elfo fez soar seu berrante e uma matilha de lobos surgiu atrás dele. Nós pegamos nossas armas o mais rápido possível, e assim que eu estava empunhando minha lança, Pietro atirou uma saraiva de flechas no inimigo. Alguns monstros foram atingidos em cheio e desintegraram na mesma hora, outros foram feridos e se deitaram no campo de batalha. Por sua vez o Elfo atirou várias flechas, que por sorte o circulo de proteção conseguiu repelir. Alguns lobos avançaram, e eu assim que os vi chegar matei com golpes de lança. Nós passamos muito tempo lutando, tanto que o sol já começava a raiar. Durante toda essa luta, o Elfo só foi ferido quando o Sol nasceu por completo. Depois disso vimos sua real forma. Era negro e tinha marcas no corpo. Assim que a pele dele entrou em contato com a Luz ele bateu em retirada. O circulo de proteção se desfez na luz do dia e nós caímos exaustos no chão.
Por volta de meio dia eu acordei. Eu havia me recuperado melhor pois –assim como penso – tive um treinamento de regeneração de células, nada muito rápido, apenas o suficiente para fazer seu sangue parar de jorrar e as feridas de batalhas cicatrizarem logo.
Eu levantei, e olhei em volta. Estava tudo deserto. Depois de um tempo tentando me livrar da neve que havia acumulado no meu cabelo e nas minhas sobrancelhas, Madison acordou. Ela gostava de mim, e eu sabia disso – o que não ajudava em nada – mas mesmo assim ela ainda não havia se declarado. Nós éramos mais maduros do que qualquer casal de 18 anos, então, o fato de sermos muito novos não a atrapalharia. Eu achei que ela se declararia naquele instante; pois ela havia se aproximado de mim e colocado sua mão em meu ombro. Eu até que gostei. Ela não era uma garota que se chamaria de feia, mas como líder da missão eu precisava me concentrar. Ela já ia falar algo, mas ao longe um berrante soou. Não era um berrante como o que eu havia ouvido ontem – pelo menos isso. Madison, logo correu para sua bolsa, que ela havia deixado no chão, e pegou uma adaga, estrategicamente ela a escondeu na manga da blusa e fez um sinal para irmos investigar. Eu assenti e peguei minha “espada que não fere” – era assim que apelidei a espada que James me dera – e fui em direção à floresta. Depois de seguirmos por certo tempo ouvimos novamente o berrante. Começamos a correr, até que em uma clareira encontramos uma fileira de cabanas. Do lado de fora alguns homens estavam preparando armas ou afiando machados. Depois de um tempo observando, notei que eles estavam matando animais e tirando a pele deles. Eu não daria muita bola pra isso, sendo que não tinha nada haver com a nossa verdadeira missão, se não fosse o tato de ouvir alguns uivos baixos vindos de um porão. Eu comecei a imaginar se eles haviam capturado algum dos lobos feridos. Eu já estava disposto a entrar quando Madison sussurrou no meu ouvido:
–Eu sei que não é o momento ideal, mas tem um espírito da natureza em cima de um arvore e vários índios posicionados ao redor das cabanas, inclusive atrás de nós.
–Obrigado por avisar – falei com um pouco de ironia na voz e me virei. Atrás de mim estavam alguns índios armados nos olhando perplexamente. De trás deles apareceu a figura de um grande chapéu, que eu logo reconheci como o chapéu do cacique. Ele veio até nós e disse:
–De que lado vocês estão?
–Bem – falei com o cacique – não sei se sabe quem somos, mas nós somos do bem. Fazemos partes de uma organização que caça monstros.
–Então vocês são os responsáveis pelos lobos de ontem?
–Mais ou menos. Podemos conversar num lugar mais reservado?
–Sem problema, mas antes, deixe-me começar a guerra.
O cacique falou uma palavra e logo todos os índios avançaram. Magicamente as armas dos caçadores de animais, estavam voando pelos ares. Depois de 5 minutos de ataque o cacique e mais dois índios foram comigo e Madison para a toca deles. Chegando lá o cacique pediu para que contássemos a história de ontem, eu fui contando em quanto Madison de vez em quando acrescentava algo que eu esquecia. Quando terminamos ele disse:
–Acredito em você tanto quanto acredito no grande mago Altair.
–Obrigado – falei um pouco por fora – eu acho.

–Oh sim, isso quer dizer que eu acredito em vocês, mas agora acho que também merecem explicações sobre nós e toda a floresta. Espero que não estejam com pressa, pois vai demorar um pouco.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Capítulo XIII - Uma Luta Épica

Primeiramente uma horda de guerreiros mortos-vivos invadiu o hotel; depois um lobo enorme, que poderia ser confundido com um dos filhos de Loki, entrou com cinco arqueiros de aparência élfica nas costas. Então algo que até então eu nunca tinha visto adentrou no recinto: uma enorme Fênix. E como se isso já não bastasse vários mestiços armados entraram por trás, armados com diversas armas.
–Nós nunca vamos vencer – disse Gabriel assustado – eles têm uma Fênix.
-Não se preocupe Gabriel, nós podemos pedir ajuda – falou vitória tentando animar o garoto, mas olhando nos seus olhos qualquer um percebia que nem ela mesma acreditava nisso.
–Por sorte eu tenho amigos. – falei colocando a mão na minha pedra Negra – Falemos com o inimigo, qualquer coisa eu os chamo.
–Tudo bem – disse Karla um pouco confusa – mas eu acho melhor que eu vá com você e o Pietro. Qualquer coisa, o Clarck e a Vitória poderão resistir por mais tempo.
–Por mim tudo bem – falou Clarck colocando as mãos na cabeça e bocejando – vai ser moleza.
–Ok, então vamos – falei, e logo Karla e Pietro que logo me seguiram.
...
Eu logo mudei a cor da minha camiseta para branco – ela se adapta a sua necessidade – e a tirei, para balançar no ar, de modo que o inimigo visse, e, entendesse que queríamos conferenciar. Logo um Mestiço alto e musculoso, que aparentava ter uns 19 anos, se aproximou e perguntou:
–Já vieram se render? – falou numa gargalhada – onde estão os outros? Se tremendo de medo?
–Na verdade – falei muito sério – viemos pedir que vocês nos deixassem passar logo, antes que nossos reforços cheguem.
–Você está blefando – disse o jovem que agora tinha uma expressão não de alegria, mas sim de ira – vocês não conseguiriam chamar reforços com os recursos que tem. E se acha que eles vão vir pela quantidade de monstros, estão muito enganados. Nós temos métodos para ocultar monstros.
–Bem nesse caso – falei calmamente – vamos ter que lutar, contra vocês e matar cada monstro aqui presente. Depois vamos fazer seus amigos mestiços de prisioneiros e leva-los a CDM para serem julgado.
–A e? – falou o desertor com um novo sorriso no rosto – você e que exército?
–Bem – falei colocando a mão na pedra, e pensando: “venham” – eu e esse exército.
Nesse instante os bonecos de escuridão romperam de todo lugar, assustando alguns monstros que saíram correndo – inclusive a grande Fênix – e surpreendendo os mestiços, inclusive os do meu lado, de modo que alguns até começaram a fugir. Pietro ainda sussurrou com voz um pouco tremula:
 –Amigo seus?
–São sim – falei um pouco risonho – eu os encontrei no Japão. Eles são tipo guarda-costas profissionais.
–Tudo bem então – falou ele com uma “confiança desconfiada”.
Alguns dos monstros retornaram (infelizmente a fênix também) bem mais corajosos que antes. Um dos Mestiços rivais chamou o “cara” que estava conversando conosco para se juntar ao exercito logo. Ele saiu correndo, mas antes ele lançou um olhar ameaçador para nós.
Eu logo saquei meu atirador de flechas automático, e me preparei. Alguns dos meus “soldados” fizeram o mesmo, e, recuaram um pouco para não acertar nem um de nós. Logo já estavam mirando nos alvos.
Pietro pegou uma arma que Karla o emprestou. Era uma katana, que ele demonstrou saber usar muito bem. Já Karla ficou com uma boa e velha espada Grega.
Assim como aconteceu comigo alguns “bonecos de escuridão”, também pegaram armas idênticas as dos dois e copiaram algumas de suas ações. Eu fui o primeiro a atacar; mirei na fênix e boa parte dos meus amigos também mirou. No momento em que eu atirei, uma saraiva de flechas negras voou junto da minha flecha, atingindo a fênix e a tornando em cinza.
Depois disso o exército inimigo avançou, e meus soldados negros combateram-nos em quanto nós quatro – eu, Pietro Karla e mais um soldado – atacamos alguns monstros aéreos. Eu estava acertando algumas uraei, em quanto Pietro e Karla acertavam Aurae Boreae distraídos, era impressionante como ele matava aqueles monstros só com uma espada. Meu boneco de escuridão por sua vez, desaparecia e aparecia no ar e matava diversos monstros. Vez por outra, algum monstro passava por nós, e eu esperava que Alexandra, Gabriel, Clarck e Vitória estivessem conseguindo se virar.
Nós ficamos lutando por horas, sem se quer, chamar a atenção dos pedestres que passava na rua. Realmente foi uma grande luta, e ouve perdas dos dois lados.
Quando os bonecos de escuridão começaram a perder a força vital, alguns lobos avançaram em nós. Pietro era o alvo principal, e até conseguiu matar um lobo, e ferir outro, mas foi ferido por muitos outros. Ele começou a perder sangue e desmaiou. Mas Karla realmente foi uma heroína. Ela havia aprendido algumas técnicas de cura com a mãe, na época em que ela visitava a CDM – ela era uma caçadora aposentada e mandou a filha para aprender a se defender, e de vez em quando ela ia visita-la e acabava dando aulas particulares – e as usou sabiamente. Ela salvou a vida de Pietro, drenando sua própria força vital, para que ele se curasse e sobrevivesse. No fim das contas ela morreu. Mas Pietro ao saber o que ela fez, não chorou ou ficou feliz, ele se encheu de ira e avançou no exército inimigo junto com os “soldados” amigos. Ele matou uma grande parte de Mestiços e feriu os restantes. Ele conseguiu até domar um cão infernal, e o fez matar os outros. Foi genial. Os bonecos de escuridão se recompunham lentamente e atacavam mais e mais; até que por fim... vencemos. Meus “ajudantes” se retiraram para o Duat e fomos pro quarto.
...

No quarto, Alexandra estava suando muito e Clarck estava com a camiseta em farrapos. Gabriel dormia em um sono pesado e Vitória colocava um curativo na barriga. Assim que eu cheguei eu desabei no chão e comecei a dormir. Tudo que vi antes de apagar completamente foi, Pietro começar a chorar e Alexandra tentando consolá-lo.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Capitulo XII – Aventuras Na Elite

[Bem, agora acho melhor pular alguns anos até as partes importantes]
O primeiro ano como eu já falei foi com o capitão Ulisses e eu aprendi grande parte do que sei hoje naquele ano.
O segundo ano foi calmo e não tivemos mais nada importante.
O terceiro ano também não foi um ano de muitos acontecimentos.
Só no Quarto ano, quando eu já tinha 10 anos, eu realmente tive uma aventura significante.
No quarto ano de elite, o professor Jacob pediu para que quatro mestiços fossem numa pequena missão. Ele me deixou encarregado de liderar essa missão. Ela era bem simples. Acontece que alguns mestiços estavam nas redondezas de Brasília, porém esses não eram mestiços cientes, isto é, eles não sabiam a verdade sobre o sangue deles. A nossa missão era induzi-los a ir ao palácio de planalto e faze-los entrar na CDM, o restante era responsabilidade de Douglas e Cristian.
Eu escolhi Clarck, Vitória e Karla para me acompanharem na missão. Nós nos preparamos um dia antes e colocamos um uniforme da CDM – ele eram feito de um “tecido camaleão”, que mudava de tonalidade dependendo da situação. Nós usávamos para nos disfarçar e para não gastar tempo trocando de roupa – e preparamos as armas necessárias para a missão. Eu ainda tinha minha pedra negra – que eu nunca usará – presa ao meu pescoço pela corrente de bronze que o capitão Ulisses me dera, e eu não parava de checar se realmente estava lá. Eu sentia que iria usá-lo, e descobri que essa sensação se concretizaria.
Em fim, quando partimos pela manhã, não havia muito movimento na rua, apenas alguns idosos fazendo caminhadas. Nós logo fomos atrás dos mestiços. Eu ia à frente, já que eu era o melhor em sentir sangue mestiço – técnica que aprendi com capitão Ulisses – e os outros me seguiam mais para trás. Em fim eu senti grande concentração de poder num hotel em uma cidade satélite próxima a Brasília. Pegamos um táxi durante parte do trajeto, e a outra parte fomos a pé. Quando chegamos ao destino, discretamente preparamos algumas armas. Vitória pegou um bambu e colocou um dardo, Clarck pegou um machado de 50 centímetros, Karla pegou uma adaga dourada, que eu, suspeitei se tratar do mesmo bronze que o capitão Ulisses me dera para servir de corrente, e eu saquei a espada que James me dera. Eu ainda não sabia como usá-la mas eu gostava dela. Quando entramos no hotel, a dona ainda estava organizando as mesas do café da manhã. Ao nos ver ela empalideceu e olhou para a copa onde uma garota que parecia coreana, ou descendente, comia uma maçã. Ao ver o olhar da dona, ela imediatamente largou a maçã e foi até o quarto correndo. Clarck começou a segui-la, mas ela era rápida e logo o despistou nos corredores do hotel. Em quanto ele tentava achar seu rastro, eu comecei a falar com a dona do hotel em quanto Karla e vitória procuravam sentir o sangue mestiço presente no local. O nosso diálogo foi curto. Eu comecei:
–Bom dia – falei com a maior simpatia do mundo – nós somos primos daquela garota que correu e gostaríamos de saber em que quarto ela está hospedada, e se ela está com nossos outros parentes.
–Não posso revelar esse tipo de informação – falo ela secamente, eu tenho quase certeza que era desprezo em sua voz – certos clientes pedem que não revelemos seus quartos, e nós respeitamos.
–Bem – falei colocando a mão na minha espada – se não contar por bem... terá que ser por mal.
Ela riu durante alguns instantes e disse:
–E o que você vai fazer? – falou ela em tom de deboche – Me atacar com essa espada?
Eu me enchi de raiva na hora, mas como ela era mortal eu não podia feri-la. Então disse:
–Realmente, não posso te machucar – falei olhando para Vitória e piscando o olho para ela – mas minha amiga ali pode.
Então ela disparou um dardo certeiro bem na entrada do brinco dela, de modo que o tirou do seu ouvido.
–Nós não queremos problemas – falei calmamente – basta você nos dizer o quarto e a deixaremos em paz.
Ela estremeceu e balbuciou:
–6b – gaguejou algumas vezes – na ala 3, 6b...
Assim que ela acabou eu agradeci e fui até a ala três com vitória e Karla. No meio do caminho encontramos com Clarck que estava ofegante. Após explicar brevemente o ocorrido, nos dirigimos a ala três e batemos na porta do quarto 6b. Depois de três vezes um garoto com aproximadamente nove anos atendeu a porta.
–Quem são vocês e o que querem? – falou coçando os olhos, pois havíamos o acordado.
Assim que o vi, percebi se tratar de um mestiço, pois meus sentidos afloraram ao máximo. Então eu respondi:
-Somos caçadores mestiços e viemos buscar todos os mestiços daqui. – falei rapidamente.
–O quê? – falou ele confuso, então em seguida bateu a porta na nossa cara.
–Por que você falou isso? – perguntou Karla irritada.
–É cara – começou Clark – cê praticamente arruinou nossas chances.
–Não ainda – falei calmamente – olha lá.
Apontei para o fim do corredor no qual a garota coreana estava se dirigindo para o quarto, mas como olhava para trás não nos viu. Rapidamente nos escondemos e esperamos ela entrar.
Quando o garoto abriu a porta gritou:
–O que vocês que... – então ele olhou pra cima e viu a garota, logo baixou o tom de voz e se explicou – desculpe, eu achei que fossem aqueles “caçadores mestiços” que queriam alguma coisa.
Assim que ele falou “caçadores mestiços”, a garota empalideceu mais do que já estava e disse:
–Como eles eram?
–Bem – falou pausadamente o garoto, tentando lembrar-se dos nossos rostos – eu não prestei muita atenção, mas eram dois caras e duas garotas.
–Que droga – falou a garota quando chutou a parede – eles devem estar atrás de nós. Aposto que são mais daqueles monstros que matamos em Luziânia.
–Talvez – falou o garoto hesitante – mas não vamos nos preocupar com isso, em quanto a senhorita Olivia nos der cobertura estaremos seguros daqueles monstros.
Então eles entraram e começaram a conversar com mais algumas pessoas lá dentro. Depois saímos do nosso esconderijo e começamos a discutir uma estratégia.
–Acho que devemos entrar agora – disse Clarck decidido.
–Acho melhor esperarmos – disse vitória.
–Eu acho que devemos voltar a CDM – comentou Karla – e chamar reforços.
–O que acha Devon? – perguntaram todos quase que ao mesmo tempo.
–Eu acho que... – e nesse instante Senhorita Olivia chegou aos tropeços no corredor com uma corda na boca e desamarrando as cordas dos braços. Mas antes que ela pudesse chegar até nós uma flecha transpassou sua cabeça e ela caiu morta no chão. Atrás dela estava um homem alto com uma “besta” na mão, e já estava preparando o tiro de bala para nós. Mas ai aconteceu a coisa mais improvável do mundo. Os mestiços que estavam no quarto abriram a porta e começaram a atirar no homem, que caiu no chão morto. Infelizmente com a queda o homem disparou o tiro que acertou um dos rapazes dos outros mestiços, que caiu no chão também morto.
...
Nós estávamos em estado de choque. Mas alguma coisa precisava ser dita, então eu falei:
–Obrigado por nos ajudar – falei hesitante a quem me dirigir – e minhas condolências a todos, pela perda de vocês.
Nesse momento a garota coreana explodiu de raiva e disse:
–Você não sabia nada sobre ele – falou gritando em quanto as lágrimas caiam de seu rosto – ouviu? Nada.
Depois de um tempo eu tomei coragem novamente e disse:
–Sei que ele foi um cara que de vez em quando trocava de escola. – falei calmamente à medida que ela parava de chorar – Sei que ele foi atacado por coisas que apenas ele via, e sei também que ele matou essas coisas. Sei que os pais dele esconderam a verdade sobre ele. Sei também que ele fugiu de casa para não ter que lidar mais com monstros. E sei que em algum momento ele encontrou você.
Depois dessa ultima frase, ela parou de chorar e me encarou. Finalmente ela disse:
–Afinal – falou ela pausadamente, não como se estivesse escolhendo as palavras, mas sim se ela deveria dize-las – quem são vocês?
–Como já falamos para o garoto – disse Karla assumindo a conversa – nós somos aprendizes, de Caçadores Mestiços. Talvez tenhamos exagerado um pouco, em relação a já sermos Caçadores.
–E o que são esses caçadores? – falou um garoto, que até então nada havia falado, que aparentava ter 12 anos, e provavelmente era o mais velho lá.
–Somos uma organização – começou Clarck – que protege a humanidade dos monstros de diversas crenças culturas e religiões. Entende?
–Acho que sim. – foi a resposta do garoto.
–Em fim nós viemos aqui com o objetivo de leva-los a sede CDM, para lá vocês receberem o treinamento adequado. – conclui.
–Nesse caso não vejo problema – falou a garota limpando as lágrimas restantes do seu rosto. – Vamos logo.
–Só tem alguns problemas – lembrou vitória – quem é aquele cara, o que ele queria com vocês e por que vocês?
–Nós não sabemos – respondeu o garoto mais novo com sinceridade – é a primeira vez que o vimos.
–Bem – dei de ombros – eu também não sei, mas vamos ter que leva-los para a CDM. Além de tudo ele pode ser um dos inimigos da CDM, ou pelo menos pertencer a uma dessas organizações que lutam pelo lado do mal.
–Eu nunca ouvi essa história – falou Clarck com as sobrancelhas cerradas – onde ouviu isso?
–Eu só ouvi uma parte – respondi de cara – de uma conversa entre capitão Ulisses e o “chefe” quando estava no treinamento de Elite avançado. Já faz tempo e eu não sei se entendi direito. Tudo que ouvi foi o “chefe” dizer:
“Ulisses” começou o “chefe” (eu menti nessa parte, mas eu não podia dizer que o nome do capitão Ulisses era Michel) “recebemos informações de que um dos ‘Sangue-Sugas’ está estabelecendo uma nova ramificação da gangue”.
“E você quer que eu vá investigar?” respondeu o Capitão.
“Claro que sim, você o melhor na área.” Retrucou o “chefe”.
“Tudo bem, mas você precisa mobilizar mais gente para acabar com nossas organizações inimigas.” Sussurrou o capitão Ulisses muito mais baixo do que antes. E isso foi tudo que eu consegui ouvir.
Todos ficaram se olhando, e analisando mentalmente a situação. Depois de um tempo Vitória disse:
–Não vamos mexer com isso agora... – falou ela hesitante - Mas antes é melhor examinarmos o corpo, para ver se encontramos algo.
–Por mim tudo bem. – disse Clarck – mas temos que fazer isso rápido, logo alguém vai chamar a polícia.
Depois disso todos nós carregamos o corpo para o quarto que Alexandra (esse era o nome da coreana) alugou para ela seu irmão Pietro (o nome do garoto mais velho) do primo deles Gabriel (o nome do garoto mais novo) e para Kurt (o namorado de Alexandra, que foi morto). Lá nós examinamos o corpo e encontramos algumas tatuagens, que representavam monstros de diversas culturas, inclusive demônios.  Só uma tatuagem não representava nem um monstro. Nas costas dele, tinha uma tatuagem enorme, em que estava escrito:
I’m Scare!
–O que acham que significa isso? – perguntou Pietro.
–Até onde eu entendo – falou Clarck – “ele é Scare”.
–E o que significa Scare? – perguntou Alexandra.
–É um nome de guerra. – falei relembrando algumas matérias do tempo do Sr. Michel. – Acho que algumas gangues de mestiços, que não sabem nada sobre o sangue deles, usavam nomes de guerra e esse era um dos nomes listados.
–Scare – disse Pietro – eu já ouvi alguém com esse nome...
Pietro começou a bater os dedos na testa tentando lembrar, e finalmente disse:
–É claro – falou rindo – aquele garoto na parada de Seara... ele se chamava John Scare... mas então – falou ele sério – ele era tipo “do mal”?
–Talvez não. – falei tentando associar os fatos – Ele talvez tenha pertencido aos “Scare” e agora tenha uma vida de bem.
–Como exatamente esse tal John entra na história?
–Há alguns meses – falou Alexandra – nós fizemos uma parada na nossa viagem em Seara. Mas acho que passamos tanto tempo que chamamos a atenção de alguns monstros. Esse garoto, John Scare, trabalha lá, e nos ajudou a proteger os “mortais”, como ele chamou. Nós nos demos bem, até oferecemos a ele a proposta de ele viajar conosco, mas ele disse que precisava cuidar dos mestiços que por ali passavam, para que os “outros” não os pegassem. Nós não entendemos direito, mas partimos e viemos parar aqui no fim das contas.
Eu e meus amigos nos entreolhamos, e Pietro e Gabriel logo perceberam e tentaram juntar as informações.
–Bem – disse eu percebendo a curiosidade dos garotos – obviamente esse garoto, John Scare, pertencia a algum grupo inimigo da CDM, e por alguma razão saiu, e não quer que eles ganhem força, portanto ele fica no Seara para instruir outros Mestiços para não se juntar ao lado errado.
–Isso de fato faz sentido – falou Gabriel – mas por que nós não vamos para um lugar mais seguro? Eu estou sentindo algo estranho.
No mesmo instante eu coloquei minha mão sobre a pedra negra, e senti-a mais gelada do que nunca. No mesmo instante eu olhei pela janela e vi uma grande quantidade de monstros rodeando o Hotel. Eu estremeci, olhei para trás e disse:

–Precisamos lutar.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Capítulo XI – Segundo Ano Na Elite

Depois dessa luta, o “chefe” pediu para que eu continuasse no treinamento de Elite, mas apenas na parte de estudo, pois, segundo ele, eu já estava bem treinado corporalmente.
Eu fui redirecionado para a turma de Elite estudantil. Lá eram ao todo 13 alunos contando comigo. O nosso professor era um Caçador aposentado. Ele se especializou em história, o que no caso dos mestiços, inclui as “lendas”.
O nome do nosso professor era Jacob, e ele deveria ter cerca de 60 anos. Era um sujeito magro e enrugado, mas ele tinha uma postura ereta e era bastante forte. Ele tinha cabelos grisalhos e tinha pelo menos 1,70m de altura, tinha uma pele morena só que clara, e era cheio de sardas, seus olhos eram verdes, mas dificilmente se notava isso, pois ele tinha os olhos bem puxados, apesar de ele ter dito não ser asiático. Até onde sabíamos ele tinha vindo do peru.
Na nossa primeira aula ele nos levou ao Central Park em Nova York. Ele havia usado os portais controlados; eles podiam nos levar a qualquer lugar no mundo desde que tivesse uma sede dos caçadores. Como elas são secundarias, isto é, não eram as principais de cada país, a identidade delas não podia ser revelada. Nós saímos na sede secundária dos estados unidos que fica em Nova York – que como eu já disse eu não posso dizer o endereço nem o nome do prédio – e fomos de ônibus até o Central Park.
Antes de irmos ele nos deu “fantasias” de diversos povos. Eu e mais duas garotas – uma se chamava Jasmim e a outra Ellen – ficamos com as fantasias egípcias. Três caras – esses se chamavam Luiz, David e Cameron – e duas garotas – essas se chamavam Beatriz e Karla – ficaram com fantasias Greco–romanas. Dois gêmeos – Clark e Greg – estavam vestidos de nórdicos e uma garota – Madison – de nórdica e outras duas garotas – Vitória e Luana – se vestiram de indígenas. Quando chegamos ao Central Park, o professor pediu que nos sentássemos para ouvir a aula.
Ele começou falando da mitologia egípcia desde a criação até o fim do mundo quando Apófis há de engolir o sol. Depois começou a falar da mitologia Greco–Romana desde a criação até os últimos dias de Roma. E falou também da mitologia nórdica, desde a criação dos nove reinos até o Ragnarok. Falou ainda de partes da crença indígena e de lendas do folclore brasileiro. Por fim ele falou sobre lendas urbanas.
Nós ficamos lá até o entardecer. Depois disso ele pediu que fizéssemos uma luta amistosa, para arrecadar dinheiro para pagarmos a viagem de volta até a Embaixada Mestiça – assim eram chamadas as sedes secundarias.
O professor me deu uma arma chamada kopesh (uma espada que tem a lâmina curva) e pediu para eu escolher um dos outros caras pra lutar. Ele me deu preferência, pois eu era o único que tivera Treinamento de Elite com um “Caçador dos Três” da CDM brasileira – os caçadores dos três eram os três caçadores de gral mais elevado (entre eles estavam o “chefe”; o caçador de prata; e o caçador de bronze que era o Capitão Ulisses).
Para lutar comigo eu escolhi o gêmeo “nórdico” mais velho. Ele estava com um machado pelo menos da altura do professor. Ele começou a fazer movimentos ameaçadores com o machado para chamar a atenção dos cidadãos que calmamente se aproximavam para ver a “apresentação”.
Eu tratei logo de fazer um movimento que o Capitão Ulisses me ensinou quando ele começou o treinamento das montanhas. Era um golpe que teria maior utilidade se eu estivesse numa montanha, mas claro que serviria ali para chamar a atenção.
Eu saquei minha espada e dei um pulo de um metro em quanto corria na direção do meu “oponente”. Em quanto eu estava no ar eu dei uma volta em parafuso e um meio mortal para frente. Assim que eu ia aterrissar eu chutei Clark (esse era o nome do gêmeo mais velho) no peito com tamanha força que ele voou um metro e meio para trás. Eu cai de bunda no chão e quando me levantei as pessoa começaram a aplaudir o golpe.
Clark pegou seu machado e cortou o ar acima da minha cabeça, e me atacou com a parte de baixo do machado. Como eu estava sem camisa, doeu muito, mas quando eu me levantei eu vi que o golpe não foi muito forte e o que mais doeu foi a queda.
Depois disso nós começamos a fazer um verdadeiro show. Nós demos muitos saltos durante a luta e foi realmente um espetáculo. Toda vez que eu tentava cortar seus pés ele dava um mortal pra trás e acertava o machado no local onde eu estava quando dei o ataque, mas claro eu dava um belo giro para desviar.
No final da luta quando nós já estávamos cansados, nós dois caímos no chão, e começamos a rir. A multidão que tinha se juntado para ver o show, aplaudiu e jogou várias moedas e notas em dinheiro.
Depois que paramos para descansar, outros dois começaram a lutar, foi assim sucessivamente. Quando todos nós terminamos, juntamos o dinheiro e pagamos quatro táxis, para nos levar de volta a Embaixada Mestiça. Quando chegamos ao prédio, e entramos no saguão, um dos guardas mestiços infiltrados nos levou até um elevador e encostou a ponta da arma de choque na porta. Alguns instantes depois a porta do elevador se abriu e dentro do elevador estava um portal. Todos nós entramos e fomos parar diretamente na CDM do Brasil.
...
Nos outros dias tivemos aulas sobre a história da CDM desde sua fundação até os dias atuais.
Eu vou dizer a história e depois voltarei a narrar minhas aventuras.
“Desde os primórdios da Terra existiram vários povos de várias culturas. Entre elas se destacavam os Gregos, Romanos, Egípcios e os povos Bárbaros, também chamados de Nórdicos. Ouve um longo período de guerra entre esses povos, mas a história da CDM começa com um soldado Grego. Durante uma guerra contra os egípcios por uma área de terra, um soldado Grego tomou para si uma escrava egípcia. Essa escrava descendia da casa do faraó, e, portanto tinha sangue real. Ele teve relações com ela e consequentemente a mulher ficou grávida. A criança nasceu e o soldado a levou para Grécia, junto de sua nova esposa. Essa criança viveu no meio do povo grego, mas cultuava os deuses egípcios que sua mãe lhe ensinara quando estava nos primeiros anos de idade. A família dele era formada apenas por ele pelo Pai e pela Mãe. Todos eles moraram na Grécia. Ninguém sabe ao certo quem venceu. Em fim, a criança se tornou um guerreiro nato, e logo foi chamado para lutar na frente de batalha. Ele não sabia, entretanto que perderia a batalha, e seria feito de escravo.
Após anos, ele conseguiu a liberdade, mas saiu de lá com uma esposa e um filho. A esposa era descendente dos Bárbaros, e tinha uma crença diferente da do marido. O filho Também cresceu no meio grego e cultuava os deuses gregos, porém cultuava também os deuses nórdicos como também os deuses egípcios. Ele não virou soldado, mas sim um grande comerciante que vendia suas mercadorias para as bandas do oriente. Em uma de suas viagens à Pérsia ele se apaixonou pela filha de um homem bastante influente em todo o país. O pai da moça permitiu a união, mas ele pediu uma condição, que era que o comerciante estabelecesse morada na cidade, ou nas cidades vizinhas. Ele, como estava apaixonado, aceitou.
Depois de algum tempo juntos, a mulher engravidou e deu a luz a gêmeos. Como era raro daquilo acontecer, o filho mais velho foi morar com o avô paterno e recebeu ensinamentos religiosos dos persas, e o mais novo foi morar com os pais, e recebeu ensinamentos religiosos tanto gregos como egípcios e ainda nórdicos, do pai; e ensinamentos religiosos persas da mãe. Ambos os irmãos cresceram em casas separadas, mas eram bons amigos e gostavam da companhia um do outro.
Certa vez durante a caça a um leão eles avistaram algumas moças tomando banho num rio, e cada um, tomou para si, a força, uma delas para se tornar suas respectivas esposas. O irmão mais velho teve relações com sua esposa que teve uma moça; e o mais novo também teve relações com sua esposa que teve um rapaz. O filho do mais novo se tornou um guerreiro e se juntou ao exército persa.
Ele marchou numa expedição até o ocidente e travou uma batalha sangrenta ao lado de seu exército, com os nórdicos. Como ele recebera ensinamentos religiosos de seu pai, sobre a religião dos nórdicos, pediu ao comandante que o deixasse falar com o general do exercito inimigo. Com a permissão do comandante, ele e mais dois soldados foram ao acampamento inimigo para negociar. O líder da expedição, que era o mestiço, pediu permissão para se juntar aos soldados no culto a Odin e a Thor. Os soldados permitiram e logo após o termino do ritual ele já se tornara amigo da maioria dos soldados. Depois disso ele foi falar com o general do exército nórdico, que ficou impressionado com a sabedoria do rapaz a respeito das crenças Bárbaras. Eles começaram a negociar terras, e depois de um longo diálogo eles chegaram ao acordo de um pagamento de 100 dracmas gregas e um escravo persa e em troca, o General Bárbaro daria uma porcentagem das terras, e daria a filha mais nova para o soldado que fez a negociação. O comandante persa aceitou logo de cara e criou algumas vilas naquela região.
Em quanto isso a filha do general bárbaro fugiu com o marido persa para a Itália. Lá eles estabeleceram família e foi assim por gerações. Até a ascensão do Império Romano, a família deles ainda vivia lá, entretanto um descendente direto do tal soldado persa se juntou aos centuriões Romanos. Ele fez uma viagem até os territórios da atual china e levou sua esposa consigo. Lá eles se estabeleceram até os dias da colonização dos estados unidos, na qual a família dele foi procurar morada. Dos Estados Unidos os descendentes vieram para o Brasil, e foram parar numa aldeia indígena na qual ficaram como prisioneiros e após conseguir liberdade, casaram-se com indígenas daquela tribo. Um deles se casou com a filha do Cacique e foi o fundador da CDM Brasileira que já existia em outros países, e estava no domínio de parentes distantes”.
–A questão é – disse meu professor depois de dar essa explicação – que nem um estava errado...
–Como assim? – perguntou Jasmim.
–Todas as crenças estão certas, por isso nós estamos aqui... nós precisamos salvar a humanidade dessas e de muitas outras crenças.
–Professor. – disse David – Se todas as crenças estão certas, porque uma diz que a outra está errada?
–Boa pergunta David, – falou o professor rindo – a verdade é que, as crenças são reais, mas a verdade é apenas uma...
–O que o senhor quis dizer com isso? – perguntou Greg confuso.
–Que todas elas são reais de fato – respondeu o professor hesitante, como se estivesse escolhendo as palavras certas – mas você só pode escolher acreditar em uma. Pode ser a verdadeira, ou a falsa...
–E qual seria a verdadeira? – perguntou Cameron com interesse.
–Na minha concepção... – respondeu o professor – é o Cristianismo.
–E por que o senhor acha isso? – perguntou Beatriz um pouco até indignada.
–Bem, como eu disse é minha concepção – respondeu o professor calmamente. – cada uma tem a sua própria. Eles tiveram provas mais concretas do que qualquer povo. Portanto eu a considero a religião mais certa.

Depois disso todos ficaram quietos, e eu, mais calmo, pois desde que havia chegado eu estava temeroso sobre ser cristão mesmo existindo tantos outros “deuses”.

Capitulo X - Segunda Rodada Com o “Chefe”

Quando chegou o dia do duelo eu já havia selecionado uma porção de armas para meu segundo ano de treinamento de Elite. Eles me deram uma mochila de caçador. Elas tinham uma extensão com o Duat e você podia guardar suas coisas lá dentro.
Eu havia devolvido minha espada persa ao James, mas ele não aceitou e a derreteu. Com o aço que ele obteve e com um pouco de outros materiais ele criou uma espada de aço sem ponta ou lateral cortante que segundo ele seria de grande utilidade.
Depois de treinar com minhas novas armas – principalmente com a que James fizera para mim – eu já estava habituado com elas. Eu ainda não entendia a utilidade da arma que James fizera para mim, mas aos poucos eu já a manejava bem. Apesar de não poder cortar nada ele causa um bom estrago. Eu consegui derrubar um muro apenas com o punho da espada.
O capitão Ulisses acompanhou meu treinamento árduo até o dia do combate. E entes de eu ir para a Arena ele foi falar comigo.
–Olá Joseph – falou o treinador – Eu gostaria de te desejar boa sorte no combate.
–Oi – falei despreocupado – obrigado Capitão.
–Eu tenho um presente para você – falou ele remexendo a mochila.
–O que é? – falei curioso.
–Isso – disse ele tirando da mochila uma pequena corda dourada.
–E o que é isso? – falei hesitante.
–É um cordão de bronze – falou ele com um olhar intenso como se estivesse perdido em pensamentos. – isso meu caro aprendiz, é um cordão de bronze grego. Os antigos usavam para fazer espadas que serviam contra monstros. Hoje em dia poucas pessoas tem acesso a esse material, portanto isso é um presente que poucos recebem. Eu te dou de presente por ter concluído um ano de treinamento de Elite.
Ele estendeu a mão com a corda e eu a peguei, só então eu me dei conta da dimensão daquilo. Era uma pequena corda que pesava entre 3 a 5 quilos. Eu percebi que aquela corda eras pra ser usada no pescoço pois tinha as dimensões perfeitas para isso. Logo eu tirei a pedra que os bonecos de escuridão me deram, e coloquei a ponta da corda em um dos lados mais chatos da pedra; então num passe de mágica o cordão facilmente furou a pedra e eu coloquei o cordão no me pescoço e dei um nó.
Eu fiquei parecendo um egípcio, com aquela “joia”. Eu notei que o Capitão Ulisses sorria. Então eu disse:
–Obrigado Capitão – e fiz uma continência.
–De nada Joseph. – falou ainda sorrindo e estudando minha nova arma (pelo menos é o que ele disse depois do duelo) – Sempre guarde isso com você. Isso esbanjará grande honra num futuro próximo.
–Tudo bem – falei um pouco confuso – até mais ver Capitão.
...
Quando cheguei à arena, o “chefe” já estava me esperando com uma espada na mão e uma adaga que ele rapidamente escondeu na manga quando me avistou. Eu logo peguei uma lança e uma espada Romanas e peguei também um escudo Grego que estava na parede da arena junto com as outras coisas, sorrateiramente eu peguei uma flecha pequena e escondi na manga da minha camiseta. Eu estava usando uma calça Jeans azul com uma camiseta branca gola careca de mangas compridas e calçava um tênis de escalada. Por cima da minha roupa eu coloquei uma couraça e um elmo.
Eu já estava me aproximando do “chefe” que estava girando uma espada grega de um lado para o outro, quando ele disse:
–Olá Devon – ele riu sarcasticamente – pronto para a luta?
–Sim senhor – falei empunhando minha lança – espero que o senhor perceba a diferença desta luta com a do ano passado.
–Oh, decerto perceberei – ele se colocou em posição de batalha e se preparou para atacar. – Pronto? No três... um... dois... TRÊS!
Ele deu um pulo impressionantemente alto, e em segundos estava batendo a espada ao meu escudo. Eu nem percebera que havia levantado o escudo para me proteger. O impacto foi tão forte que eu quase cai, por sorte eu aprendera a driblar um oponente naquelas circunstâncias. Eu enfiei minha lança na barriga do “chefe” que ao perceber meu movimento tirou a espada do meu escudo e a usou para desviar a lança, então eu rapidamente golpeei a cabeça do chefe com escudo e andei dois passos para a esquerda em quanto sacava minha espada. Rapidamente eu estava com a espada na mão. Como eu havia soltado a lança para segurar a espada eu firmei a espada no pé do chefe e peguei a lança de volta. Infelizmente ele era muito rápido. Assim que eu soltei a lança ele já havia chutando–a para longe de modo que eu momentaneamente tivesse que “baixar a guarda” se quisesse tê-la de volta. No momento que eu coloquei a espada no seu pé eu rapidamente me virei e peguei a ponta da lança e a joguei contra o “chefe”. Mas, mais rápido do que eu poderia imaginar ele havia se libertado da minha espada, e ainda arremessou a dele contra mim. A espada atingiu meu elmo de modo que ele voou da minha cabeça e me fez cair; na queda eu bati a cabeça e fiquei bastante tonto. Eu nem mesmo conseguia me levantar, e vi apenas o vulto do chefe com a minha lança nas mãos (eu sei disso, pois era muito maior que uma espada mesmo eu vendo tudo embaçado) se preparando para me atacar. Eu não tive muito tempo, então eu fiz algo surpreendente até pra mim. Eu tirei meu escudo e coloquei a flecha nele de modo que apenas a ponta saísse. Como as amarras eram muito grandes ela ficou meio frouxa então quando o “chefe” chegou a dois passos de mim eu lancei o escudo pro ar – o que fez ele se distrair – e a empurrei com os pés. Assim que ele se deu conta do que estava acontecendo, estendeu a lança a sua frente na horizontal, exatamente no ângulo de movimentação do meu escudo, e assim que a lança absorveu o impacto causado pelo escudo a flecha se soltou e continuou voando na direção da cabeça do “chefe”. Ele soltou a lança e caiu no chão quando a flecha atingiu sua testa. Como as flechas usadas nos treinos têm pontas arredondadas ele não se feriu, apenas ficou com uma marca roxa na testa.
Eu me levantei depois de certo tempo. Logo que minha vista voltou ao normal eu me deparei com o chefe sentado no chão esfregando a testa e resmungando algo bem baixinho.
Quando ele viu que eu me levantara, ele também se levantou e disse:
–Parabéns garoto – ele estendeu a mão para um aperto de mão – você conseguiu empatar comigo.
–Mas eu venci – falei apertando a mão do “chefe” e com a testa franzida – Eu o acertei com a flecha então eu ganhei.
–Na verdade foi empate – ele falou sorrindo – Você já olhou pro seu pescoço?
Quando eu olhei vi que ele tinha me acertado com uma faca no pescoço o que explica o fato de eu me desequilibrar tão facilmente quando fui acertado pela espada. Como ele tinha jogado a espada eu nem notara a pequena adaga que ele lançou em seguida. Ambas me acertaram em cheio o que fez com que eu caísse mais facilmente. Ao ver isso eu disse:
–Tecnicamente – falei hesitante, pois eu estava escolhendo as palavras corretas – Eu fui atacado pela faca minutos antes de lançar a flecha. Então me restava mais meio minuto de vida mais ou menos o que me daria tempo de te matar com a flecha assim como eu fiz, portanto você morreria primeiro.
–Bem, se for tecnicamente – falou ele rapidamente – você teria morrido antes do fim do meio minuto se tivesse feito tanto esforço para me matar com a flecha, então você morreria dois segundos antes de mim.

–Então... –falei sorrindo – Acho que foi empate.

Capitulo IX – Meu Retorno Até a CDM

Assim que o portal se abriu eu soltei a lança e disse:
–Vamos logo
–Não, eu tenho que ficar segurando. – falou com uma voz quase rouca, como se estivesse fazendo esforço – Vá você, e qualquer coisa diga meu nome de Elite para o seu “chefe”.
–Tudo bem – gritei de volta e pulei.
...
Assim que eu cheguei ao outro lado da porta Douglas já estava olhando para mim e esperando que eu me explicasse. Logo então eu disse:
–Olá Douglas – falei limpando um pouco minhas roupas e checando minhas armas – presumo que esteja se perguntando como eu entrei aqui, sendo que não há nem um mestiço lá fora de guarda, e que eu deveria estar na minha casa aproveitando minha família.
–Você leu minha mente – falou Douglas sério – vamos se explique.
Depois de uma meia hora mais ou menos explicando a história e sendo interrompido pelas perguntas de Douglas, ele me encaminhou até a sala do “chefe” que me recebeu com um sorriso e pediu que eu me sentasse. Assim que Douglas saiu ele disse:
–E então Devon, acho que tenho em minhas mãos perguntas a serem feitas – falou o chefe um pouco sério mesmo assim estava brincando com o anel de ouro dele.
–Bem senhor como já sabe eu fui para minha cidade e... –então fui interrompido pelo “chefe”.
–Eu sei essa parte – falou ele mexendo a mão como se expulsasse um inseto – eu quero saber como você saiu do Duat.
–Então foi você?
–Na verdade não fui só eu, mas vamos conte–me como saiu; que eu conto do que se trata essa sua pequena “experiência”.
–Tudo bem – dei de ombros, e logo comecei, depois de 15 minutos sem interrupções eu já havia acabado a história em quanto o chefe ria alto.
–Parabéns Devon, –falou o “chefe” depois de uma crise de risos – você foi excelente. Eu não pensaria em um jeito mais eficaz.
–Obrigado senhor.
–Ora, acho que você precisa agora falar com O Capitão Ulisses, entrar em contato com sua mãe e solicitar a presença de Shu aqui. –falou o “chefe” em quanto se levantava abria aporta e ria.
–Senhor? – falei.
–Sim? –foi a resposta do “chefe”
–O senhor não vai me dizer do que se trata?
–Oh, sim – falou o “chefe” sorrindo e sentando–se novamente. – tudo isso não passa de um treinamento de Elite. Todo ano, se o calouro se mostrar apto para receber treinamento de Elite, ele também tem esse “teste surpresa” por assim dizer. É um grande vazio no Duat em que apenas os melhores conseguem sair. E no seu caso você é o melhor, pelo menos o melhor calouro.
–Obrigado por me explicar senhor – eu me levantei – com sua licença.
–Toda – respondeu o “chefe”.
Então eu me retirei da sala do “chefe”; fui até a sala de treinamento de Elite, conversei com o Sr. Ulisses que logo que me viu disse:
–Devon, vejo que conseguiu passar no teste.
–Sim senhor...
–Vamos me conte como você saiu de lá.
Após contar a história pedir permissão para entrar em contato com minha família, fui até a sala de recepção na qual Douglas ficava o dia todo. Ele estendeu a mão que estava com um telefone celular e me entregou dizendo:
–Só 5 minutos
–Sim senhor – peguei o celular disquei o número e informei minha mãe sobre o que aconteceu.
Eu não vou descrever a conversa toda, mas foi parecida com a que tive com os outros, tirando o fato de que ela mandou muitos beijos, estava chorando e preocupada, e falava com uma voz trêmula. Eu basicamente disse a história resumida e tive que desligar para não exceder os 5 minutos.
Depois disso eu solicitei a presença de Shu à Douglas e ele assentiu.
Em dois minutos eu estava explicando tudo a Shu em uma sala a prova de deuses – era tipo uma sala em que os presos se reúnem brevemente com as famílias – e ele ficava acrescentando “puxa vida, você vai dar um ótimo mago” ou “caramba, eu bem que falei que você deveria escolher o lado egípcio” ou ainda “se você ainda não percebeu que você é um mago nato você tem algum problema”.
...

Depois de dois dias treinando para o meu duelo anual com o “chefe” eu já me sentia em forma, e de vez em quando, com saudades de treinar com os bonecos de escuridão do Duat, logo eu colocava a mão no bolso, pensava em chama-los, mas depois dizia mim mesmo “agora não”.