Eu rapidamente levantei do banco,
pulei da toca, Corri até o topo do pequeno morro, e vi o impossível. Um mundo
incendiado de um lado e um mundo congelado no outro. Eu vi duas pessoas
caminhando em cada lado. Do lado do Fogo vi a que devia ser Coral, passeando no
fogo, com a companhia de um rapaz. Do lado do Gelo vi a que deveria ser Aurora
passeando com a companhia de um rapaz que devia ser seu aprendiz. Elas riam em
voz alta. Vi no muro que dividia tudo que havia um Elfo do bem, e um humano na
companhia de um Jovem que estava com uma águia no braço, que logo reconheci
como Altair o grande Mago e Espirito dos Animais, além de dois vampiros e um
cara baixo que estava com a cara no que sobrou da terra. Achei que ele fosse
Enturã, o falso espírito da Terra. Ele estava provavelmente tentando invocar
Adertanaim I e II. Depois de certo tempo vi que eles estavam escolhendo seus
lados e pulando em seus novos lares. Altair e seus seguidores foram para o lado
do fogo, os vampiros para o gelo, E Enturã ficou no muro. Os índios me puxaram
e me levaram para fora da “Vida Selvagem” dizendo:
–Essa luta não é sua.
–Fique calmo, você não precisa se
envolver.
–Vamos deixa-lo a salvo.
Depois dessa última frase eles me
apagaram. Eu acordei no local da batalha do dia anterior ao lado dos meus
amigos. Madison estava acordada olhando para a floresta que parecia imaculada.
Ela olhou pra mim e sussurrou:
–Você também teve o mesmo sonho? –
falou ela sem piscar.
–Sim, mas acho que não foi um
sonho. – falei sinceramente.
–Pode ter sido manipulação daquele
Elfo Negro. – falou ela apresentando essa possibilidade.
–Ou pode ter acontecido – respondi
com total convicção.
–Essa história é surreal de mais
até para nós – retrucou Madison.
–Pode até ser, mas por precaução é
melhor sairmos daqui.
–Por mim tudo bem... Pietro e os
outros já estão acordando, é melhor disfarçarmos e não contar nada.
Nesse instante Pietro se levantou
e foi até nós. Ele se sentou e disse:
–Acha que o Elfo foi morto pelo
sol?
–Duvido – respondi – Mas não
podemos passar mais uma noite aqui para descobrir, é melhor voltarmos logo e
pedirmos para outros caçadores voltarem e averiguarem melhor.
–Ok – foi a resposta de Pietro –
lá vem o portal.
O portal negro apareceu sobre nós
e Pietro carregou Clarck, Madison Vitória, e eu levei as coisas de todos.
...
Do outro Lado, Douglas nos
esperava, e assim que viu nossas expressões Chamou o Senhor Jacob. Eu pedi pra
que ele chamasse o Capitão Ulisses, mas ele respondeu que ele estava numa
reunião com os Chefões da CDM. Eu pedi para ele marcar uma reunião com ele para
mim.
Nós relatamos a missão para o
senhor Jacob e ele nos encaminhou para os treinos normais. No fui do dia eu
tomei um banho no meu dormitório – que eu dividia com Clarck e Pietro – e
depois fui direto pra sala do Capitão Ulisses. Ele me recebeu com um aperto de
mão muito louco que a gente inventou quando treinávamos juntos, e disse:
–Devon – falou o Capitão sorrindo – a quanto tempo.
Sente-se. Soube que foi em uma missão.
–Olá treinador. – falei um pouco
desconfortado, e me sentei – Senhor Michel... eu queria ir direto ao ponto. O
senhor já ouviu falar sobra “Vida Selvagem”?
Ele me encarou feio, tanto por
telo chamado pelo nome, quanto pela pergunta que eu havia feito.
–Uma vez – falou ríspido – Um
antigo caçador da CDM, que ficou louco, disse já ter ido numa floresta com
índios, espíritos da natureza coisa tal.
Ele nunca conseguiu provar que o lugar existia, e acabou sendo desligado dos
Caçadores. Ele amanheceu morto no seu apartamento um dia depois. Mas, por que
seu interesse repentino nesse assunto?
–Eu fui até lá – fali com medo –
mas não fui sozinho. Madison também foi, e eu vi uma guerra. Não pode ser
coincidência.
–Realmente. – falou ele balançando
a cabeça – Mas alguns caçadores foram ao local que o Caçador disse ter entrado
no reino de “Vida Selvagem”, mas não encontraram nada, e por isso ele foi
desligado.
–Acho que o senhor já deve ter
ouvido sobre nossa aventura.
–Sim – respondeu Ulisses – o
professor Jacob comentou com alguns Caçadores... inclusive a equipe Gama.
–Quem – falei confuso.
–A equipe de Tomas. – falou
sorrindo – E a propósito, eles ficarão orgulhosos dos relatos que ouviram. Jane
até chegou a te compara com Shaka Zulu.
–Ele não era um soldado? –
perguntei.
–Sim, ele era líder de uma tribo
Zulu. – falou o Capitão – Ele inventou a técnica de usar a lança curta para
atacar o inimigo, ao invés de arremessa-la. Mas isso não é importante agora.
–E o que seria importante?
–“Vida Selvagem” e a guerra de
fogo e gelo.
–O quê? – falei confuso – Eu não
falei uma palavra sobre Fogo e Gelo.
–Nem precisa – falou o professor –
Sabe o Caçador que eu te falei? Bem, ele disse que leu os agouros do mago
Altair, e viu que neles estava escrito que haveria uma guerra entre fogo e
gelo. Nós não acreditamos, mas se você disse que esteve lá, achei que poderia
estar relacionado.
–A final de contas – disse
tentando persuadir o capitão – O que diziam os Agouros?
–Dizia mais ou menos assim – ele
forçou um pouco a garganta e continuou – “O Gelo e Fogo um acordo farão, mas
devido os habitantes em guerra entrarão, os vampiros no gelo vão ficar, e os
demais espírito tentarão se rebelar, uma nova guerra terá início, e o fim da
‘vida selvagem’ será definido”. Era mais ou menos isso que o Caçador disse ter
lido.
–Creio que teremos que intervir
nessa guerra. – falei sério.
–Bem Devon – começou o Capitão, eu
apostava que ele daria um sermão – Você é alguém de confiança, mas nem os
caçadores mais experientes conseguirão encontrar resquícios de uma possível
“Vida Selvagem”. Acho que você deve ter delirado, ou algo do tipo, talvez tenha
lido sobre o assunto e depois teve o sonho. Existem milhões de possibilidades
que reprovarão qualquer pedido seu ao “chefe”.
–E se a Equipe Gama for? – falei
esperançoso – Eles são meus amigos e tenho certeza que irão.
–Por mim tudo bem. – falou o
Capitão – Mas por precaução eu também irei.
–Obrigado senhor – fiz uma
continência me pondo de pé.
–E Devon...
–Sim senhor?
–Tome cuidado com a “Vida
Selvagem”.
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