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sexta-feira, 7 de março de 2014

Capítulo XI – Segundo Ano Na Elite

Depois dessa luta, o “chefe” pediu para que eu continuasse no treinamento de Elite, mas apenas na parte de estudo, pois, segundo ele, eu já estava bem treinado corporalmente.
Eu fui redirecionado para a turma de Elite estudantil. Lá eram ao todo 13 alunos contando comigo. O nosso professor era um Caçador aposentado. Ele se especializou em história, o que no caso dos mestiços, inclui as “lendas”.
O nome do nosso professor era Jacob, e ele deveria ter cerca de 60 anos. Era um sujeito magro e enrugado, mas ele tinha uma postura ereta e era bastante forte. Ele tinha cabelos grisalhos e tinha pelo menos 1,70m de altura, tinha uma pele morena só que clara, e era cheio de sardas, seus olhos eram verdes, mas dificilmente se notava isso, pois ele tinha os olhos bem puxados, apesar de ele ter dito não ser asiático. Até onde sabíamos ele tinha vindo do peru.
Na nossa primeira aula ele nos levou ao Central Park em Nova York. Ele havia usado os portais controlados; eles podiam nos levar a qualquer lugar no mundo desde que tivesse uma sede dos caçadores. Como elas são secundarias, isto é, não eram as principais de cada país, a identidade delas não podia ser revelada. Nós saímos na sede secundária dos estados unidos que fica em Nova York – que como eu já disse eu não posso dizer o endereço nem o nome do prédio – e fomos de ônibus até o Central Park.
Antes de irmos ele nos deu “fantasias” de diversos povos. Eu e mais duas garotas – uma se chamava Jasmim e a outra Ellen – ficamos com as fantasias egípcias. Três caras – esses se chamavam Luiz, David e Cameron – e duas garotas – essas se chamavam Beatriz e Karla – ficaram com fantasias Greco–romanas. Dois gêmeos – Clark e Greg – estavam vestidos de nórdicos e uma garota – Madison – de nórdica e outras duas garotas – Vitória e Luana – se vestiram de indígenas. Quando chegamos ao Central Park, o professor pediu que nos sentássemos para ouvir a aula.
Ele começou falando da mitologia egípcia desde a criação até o fim do mundo quando Apófis há de engolir o sol. Depois começou a falar da mitologia Greco–Romana desde a criação até os últimos dias de Roma. E falou também da mitologia nórdica, desde a criação dos nove reinos até o Ragnarok. Falou ainda de partes da crença indígena e de lendas do folclore brasileiro. Por fim ele falou sobre lendas urbanas.
Nós ficamos lá até o entardecer. Depois disso ele pediu que fizéssemos uma luta amistosa, para arrecadar dinheiro para pagarmos a viagem de volta até a Embaixada Mestiça – assim eram chamadas as sedes secundarias.
O professor me deu uma arma chamada kopesh (uma espada que tem a lâmina curva) e pediu para eu escolher um dos outros caras pra lutar. Ele me deu preferência, pois eu era o único que tivera Treinamento de Elite com um “Caçador dos Três” da CDM brasileira – os caçadores dos três eram os três caçadores de gral mais elevado (entre eles estavam o “chefe”; o caçador de prata; e o caçador de bronze que era o Capitão Ulisses).
Para lutar comigo eu escolhi o gêmeo “nórdico” mais velho. Ele estava com um machado pelo menos da altura do professor. Ele começou a fazer movimentos ameaçadores com o machado para chamar a atenção dos cidadãos que calmamente se aproximavam para ver a “apresentação”.
Eu tratei logo de fazer um movimento que o Capitão Ulisses me ensinou quando ele começou o treinamento das montanhas. Era um golpe que teria maior utilidade se eu estivesse numa montanha, mas claro que serviria ali para chamar a atenção.
Eu saquei minha espada e dei um pulo de um metro em quanto corria na direção do meu “oponente”. Em quanto eu estava no ar eu dei uma volta em parafuso e um meio mortal para frente. Assim que eu ia aterrissar eu chutei Clark (esse era o nome do gêmeo mais velho) no peito com tamanha força que ele voou um metro e meio para trás. Eu cai de bunda no chão e quando me levantei as pessoa começaram a aplaudir o golpe.
Clark pegou seu machado e cortou o ar acima da minha cabeça, e me atacou com a parte de baixo do machado. Como eu estava sem camisa, doeu muito, mas quando eu me levantei eu vi que o golpe não foi muito forte e o que mais doeu foi a queda.
Depois disso nós começamos a fazer um verdadeiro show. Nós demos muitos saltos durante a luta e foi realmente um espetáculo. Toda vez que eu tentava cortar seus pés ele dava um mortal pra trás e acertava o machado no local onde eu estava quando dei o ataque, mas claro eu dava um belo giro para desviar.
No final da luta quando nós já estávamos cansados, nós dois caímos no chão, e começamos a rir. A multidão que tinha se juntado para ver o show, aplaudiu e jogou várias moedas e notas em dinheiro.
Depois que paramos para descansar, outros dois começaram a lutar, foi assim sucessivamente. Quando todos nós terminamos, juntamos o dinheiro e pagamos quatro táxis, para nos levar de volta a Embaixada Mestiça. Quando chegamos ao prédio, e entramos no saguão, um dos guardas mestiços infiltrados nos levou até um elevador e encostou a ponta da arma de choque na porta. Alguns instantes depois a porta do elevador se abriu e dentro do elevador estava um portal. Todos nós entramos e fomos parar diretamente na CDM do Brasil.
...
Nos outros dias tivemos aulas sobre a história da CDM desde sua fundação até os dias atuais.
Eu vou dizer a história e depois voltarei a narrar minhas aventuras.
“Desde os primórdios da Terra existiram vários povos de várias culturas. Entre elas se destacavam os Gregos, Romanos, Egípcios e os povos Bárbaros, também chamados de Nórdicos. Ouve um longo período de guerra entre esses povos, mas a história da CDM começa com um soldado Grego. Durante uma guerra contra os egípcios por uma área de terra, um soldado Grego tomou para si uma escrava egípcia. Essa escrava descendia da casa do faraó, e, portanto tinha sangue real. Ele teve relações com ela e consequentemente a mulher ficou grávida. A criança nasceu e o soldado a levou para Grécia, junto de sua nova esposa. Essa criança viveu no meio do povo grego, mas cultuava os deuses egípcios que sua mãe lhe ensinara quando estava nos primeiros anos de idade. A família dele era formada apenas por ele pelo Pai e pela Mãe. Todos eles moraram na Grécia. Ninguém sabe ao certo quem venceu. Em fim, a criança se tornou um guerreiro nato, e logo foi chamado para lutar na frente de batalha. Ele não sabia, entretanto que perderia a batalha, e seria feito de escravo.
Após anos, ele conseguiu a liberdade, mas saiu de lá com uma esposa e um filho. A esposa era descendente dos Bárbaros, e tinha uma crença diferente da do marido. O filho Também cresceu no meio grego e cultuava os deuses gregos, porém cultuava também os deuses nórdicos como também os deuses egípcios. Ele não virou soldado, mas sim um grande comerciante que vendia suas mercadorias para as bandas do oriente. Em uma de suas viagens à Pérsia ele se apaixonou pela filha de um homem bastante influente em todo o país. O pai da moça permitiu a união, mas ele pediu uma condição, que era que o comerciante estabelecesse morada na cidade, ou nas cidades vizinhas. Ele, como estava apaixonado, aceitou.
Depois de algum tempo juntos, a mulher engravidou e deu a luz a gêmeos. Como era raro daquilo acontecer, o filho mais velho foi morar com o avô paterno e recebeu ensinamentos religiosos dos persas, e o mais novo foi morar com os pais, e recebeu ensinamentos religiosos tanto gregos como egípcios e ainda nórdicos, do pai; e ensinamentos religiosos persas da mãe. Ambos os irmãos cresceram em casas separadas, mas eram bons amigos e gostavam da companhia um do outro.
Certa vez durante a caça a um leão eles avistaram algumas moças tomando banho num rio, e cada um, tomou para si, a força, uma delas para se tornar suas respectivas esposas. O irmão mais velho teve relações com sua esposa que teve uma moça; e o mais novo também teve relações com sua esposa que teve um rapaz. O filho do mais novo se tornou um guerreiro e se juntou ao exército persa.
Ele marchou numa expedição até o ocidente e travou uma batalha sangrenta ao lado de seu exército, com os nórdicos. Como ele recebera ensinamentos religiosos de seu pai, sobre a religião dos nórdicos, pediu ao comandante que o deixasse falar com o general do exercito inimigo. Com a permissão do comandante, ele e mais dois soldados foram ao acampamento inimigo para negociar. O líder da expedição, que era o mestiço, pediu permissão para se juntar aos soldados no culto a Odin e a Thor. Os soldados permitiram e logo após o termino do ritual ele já se tornara amigo da maioria dos soldados. Depois disso ele foi falar com o general do exército nórdico, que ficou impressionado com a sabedoria do rapaz a respeito das crenças Bárbaras. Eles começaram a negociar terras, e depois de um longo diálogo eles chegaram ao acordo de um pagamento de 100 dracmas gregas e um escravo persa e em troca, o General Bárbaro daria uma porcentagem das terras, e daria a filha mais nova para o soldado que fez a negociação. O comandante persa aceitou logo de cara e criou algumas vilas naquela região.
Em quanto isso a filha do general bárbaro fugiu com o marido persa para a Itália. Lá eles estabeleceram família e foi assim por gerações. Até a ascensão do Império Romano, a família deles ainda vivia lá, entretanto um descendente direto do tal soldado persa se juntou aos centuriões Romanos. Ele fez uma viagem até os territórios da atual china e levou sua esposa consigo. Lá eles se estabeleceram até os dias da colonização dos estados unidos, na qual a família dele foi procurar morada. Dos Estados Unidos os descendentes vieram para o Brasil, e foram parar numa aldeia indígena na qual ficaram como prisioneiros e após conseguir liberdade, casaram-se com indígenas daquela tribo. Um deles se casou com a filha do Cacique e foi o fundador da CDM Brasileira que já existia em outros países, e estava no domínio de parentes distantes”.
–A questão é – disse meu professor depois de dar essa explicação – que nem um estava errado...
–Como assim? – perguntou Jasmim.
–Todas as crenças estão certas, por isso nós estamos aqui... nós precisamos salvar a humanidade dessas e de muitas outras crenças.
–Professor. – disse David – Se todas as crenças estão certas, porque uma diz que a outra está errada?
–Boa pergunta David, – falou o professor rindo – a verdade é que, as crenças são reais, mas a verdade é apenas uma...
–O que o senhor quis dizer com isso? – perguntou Greg confuso.
–Que todas elas são reais de fato – respondeu o professor hesitante, como se estivesse escolhendo as palavras certas – mas você só pode escolher acreditar em uma. Pode ser a verdadeira, ou a falsa...
–E qual seria a verdadeira? – perguntou Cameron com interesse.
–Na minha concepção... – respondeu o professor – é o Cristianismo.
–E por que o senhor acha isso? – perguntou Beatriz um pouco até indignada.
–Bem, como eu disse é minha concepção – respondeu o professor calmamente. – cada uma tem a sua própria. Eles tiveram provas mais concretas do que qualquer povo. Portanto eu a considero a religião mais certa.

Depois disso todos ficaram quietos, e eu, mais calmo, pois desde que havia chegado eu estava temeroso sobre ser cristão mesmo existindo tantos outros “deuses”.

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