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quinta-feira, 13 de março de 2014

Capitulo XII – Aventuras Na Elite

[Bem, agora acho melhor pular alguns anos até as partes importantes]
O primeiro ano como eu já falei foi com o capitão Ulisses e eu aprendi grande parte do que sei hoje naquele ano.
O segundo ano foi calmo e não tivemos mais nada importante.
O terceiro ano também não foi um ano de muitos acontecimentos.
Só no Quarto ano, quando eu já tinha 10 anos, eu realmente tive uma aventura significante.
No quarto ano de elite, o professor Jacob pediu para que quatro mestiços fossem numa pequena missão. Ele me deixou encarregado de liderar essa missão. Ela era bem simples. Acontece que alguns mestiços estavam nas redondezas de Brasília, porém esses não eram mestiços cientes, isto é, eles não sabiam a verdade sobre o sangue deles. A nossa missão era induzi-los a ir ao palácio de planalto e faze-los entrar na CDM, o restante era responsabilidade de Douglas e Cristian.
Eu escolhi Clarck, Vitória e Karla para me acompanharem na missão. Nós nos preparamos um dia antes e colocamos um uniforme da CDM – ele eram feito de um “tecido camaleão”, que mudava de tonalidade dependendo da situação. Nós usávamos para nos disfarçar e para não gastar tempo trocando de roupa – e preparamos as armas necessárias para a missão. Eu ainda tinha minha pedra negra – que eu nunca usará – presa ao meu pescoço pela corrente de bronze que o capitão Ulisses me dera, e eu não parava de checar se realmente estava lá. Eu sentia que iria usá-lo, e descobri que essa sensação se concretizaria.
Em fim, quando partimos pela manhã, não havia muito movimento na rua, apenas alguns idosos fazendo caminhadas. Nós logo fomos atrás dos mestiços. Eu ia à frente, já que eu era o melhor em sentir sangue mestiço – técnica que aprendi com capitão Ulisses – e os outros me seguiam mais para trás. Em fim eu senti grande concentração de poder num hotel em uma cidade satélite próxima a Brasília. Pegamos um táxi durante parte do trajeto, e a outra parte fomos a pé. Quando chegamos ao destino, discretamente preparamos algumas armas. Vitória pegou um bambu e colocou um dardo, Clarck pegou um machado de 50 centímetros, Karla pegou uma adaga dourada, que eu, suspeitei se tratar do mesmo bronze que o capitão Ulisses me dera para servir de corrente, e eu saquei a espada que James me dera. Eu ainda não sabia como usá-la mas eu gostava dela. Quando entramos no hotel, a dona ainda estava organizando as mesas do café da manhã. Ao nos ver ela empalideceu e olhou para a copa onde uma garota que parecia coreana, ou descendente, comia uma maçã. Ao ver o olhar da dona, ela imediatamente largou a maçã e foi até o quarto correndo. Clarck começou a segui-la, mas ela era rápida e logo o despistou nos corredores do hotel. Em quanto ele tentava achar seu rastro, eu comecei a falar com a dona do hotel em quanto Karla e vitória procuravam sentir o sangue mestiço presente no local. O nosso diálogo foi curto. Eu comecei:
–Bom dia – falei com a maior simpatia do mundo – nós somos primos daquela garota que correu e gostaríamos de saber em que quarto ela está hospedada, e se ela está com nossos outros parentes.
–Não posso revelar esse tipo de informação – falo ela secamente, eu tenho quase certeza que era desprezo em sua voz – certos clientes pedem que não revelemos seus quartos, e nós respeitamos.
–Bem – falei colocando a mão na minha espada – se não contar por bem... terá que ser por mal.
Ela riu durante alguns instantes e disse:
–E o que você vai fazer? – falou ela em tom de deboche – Me atacar com essa espada?
Eu me enchi de raiva na hora, mas como ela era mortal eu não podia feri-la. Então disse:
–Realmente, não posso te machucar – falei olhando para Vitória e piscando o olho para ela – mas minha amiga ali pode.
Então ela disparou um dardo certeiro bem na entrada do brinco dela, de modo que o tirou do seu ouvido.
–Nós não queremos problemas – falei calmamente – basta você nos dizer o quarto e a deixaremos em paz.
Ela estremeceu e balbuciou:
–6b – gaguejou algumas vezes – na ala 3, 6b...
Assim que ela acabou eu agradeci e fui até a ala três com vitória e Karla. No meio do caminho encontramos com Clarck que estava ofegante. Após explicar brevemente o ocorrido, nos dirigimos a ala três e batemos na porta do quarto 6b. Depois de três vezes um garoto com aproximadamente nove anos atendeu a porta.
–Quem são vocês e o que querem? – falou coçando os olhos, pois havíamos o acordado.
Assim que o vi, percebi se tratar de um mestiço, pois meus sentidos afloraram ao máximo. Então eu respondi:
-Somos caçadores mestiços e viemos buscar todos os mestiços daqui. – falei rapidamente.
–O quê? – falou ele confuso, então em seguida bateu a porta na nossa cara.
–Por que você falou isso? – perguntou Karla irritada.
–É cara – começou Clark – cê praticamente arruinou nossas chances.
–Não ainda – falei calmamente – olha lá.
Apontei para o fim do corredor no qual a garota coreana estava se dirigindo para o quarto, mas como olhava para trás não nos viu. Rapidamente nos escondemos e esperamos ela entrar.
Quando o garoto abriu a porta gritou:
–O que vocês que... – então ele olhou pra cima e viu a garota, logo baixou o tom de voz e se explicou – desculpe, eu achei que fossem aqueles “caçadores mestiços” que queriam alguma coisa.
Assim que ele falou “caçadores mestiços”, a garota empalideceu mais do que já estava e disse:
–Como eles eram?
–Bem – falou pausadamente o garoto, tentando lembrar-se dos nossos rostos – eu não prestei muita atenção, mas eram dois caras e duas garotas.
–Que droga – falou a garota quando chutou a parede – eles devem estar atrás de nós. Aposto que são mais daqueles monstros que matamos em Luziânia.
–Talvez – falou o garoto hesitante – mas não vamos nos preocupar com isso, em quanto a senhorita Olivia nos der cobertura estaremos seguros daqueles monstros.
Então eles entraram e começaram a conversar com mais algumas pessoas lá dentro. Depois saímos do nosso esconderijo e começamos a discutir uma estratégia.
–Acho que devemos entrar agora – disse Clarck decidido.
–Acho melhor esperarmos – disse vitória.
–Eu acho que devemos voltar a CDM – comentou Karla – e chamar reforços.
–O que acha Devon? – perguntaram todos quase que ao mesmo tempo.
–Eu acho que... – e nesse instante Senhorita Olivia chegou aos tropeços no corredor com uma corda na boca e desamarrando as cordas dos braços. Mas antes que ela pudesse chegar até nós uma flecha transpassou sua cabeça e ela caiu morta no chão. Atrás dela estava um homem alto com uma “besta” na mão, e já estava preparando o tiro de bala para nós. Mas ai aconteceu a coisa mais improvável do mundo. Os mestiços que estavam no quarto abriram a porta e começaram a atirar no homem, que caiu no chão morto. Infelizmente com a queda o homem disparou o tiro que acertou um dos rapazes dos outros mestiços, que caiu no chão também morto.
...
Nós estávamos em estado de choque. Mas alguma coisa precisava ser dita, então eu falei:
–Obrigado por nos ajudar – falei hesitante a quem me dirigir – e minhas condolências a todos, pela perda de vocês.
Nesse momento a garota coreana explodiu de raiva e disse:
–Você não sabia nada sobre ele – falou gritando em quanto as lágrimas caiam de seu rosto – ouviu? Nada.
Depois de um tempo eu tomei coragem novamente e disse:
–Sei que ele foi um cara que de vez em quando trocava de escola. – falei calmamente à medida que ela parava de chorar – Sei que ele foi atacado por coisas que apenas ele via, e sei também que ele matou essas coisas. Sei que os pais dele esconderam a verdade sobre ele. Sei também que ele fugiu de casa para não ter que lidar mais com monstros. E sei que em algum momento ele encontrou você.
Depois dessa ultima frase, ela parou de chorar e me encarou. Finalmente ela disse:
–Afinal – falou ela pausadamente, não como se estivesse escolhendo as palavras, mas sim se ela deveria dize-las – quem são vocês?
–Como já falamos para o garoto – disse Karla assumindo a conversa – nós somos aprendizes, de Caçadores Mestiços. Talvez tenhamos exagerado um pouco, em relação a já sermos Caçadores.
–E o que são esses caçadores? – falou um garoto, que até então nada havia falado, que aparentava ter 12 anos, e provavelmente era o mais velho lá.
–Somos uma organização – começou Clarck – que protege a humanidade dos monstros de diversas crenças culturas e religiões. Entende?
–Acho que sim. – foi a resposta do garoto.
–Em fim nós viemos aqui com o objetivo de leva-los a sede CDM, para lá vocês receberem o treinamento adequado. – conclui.
–Nesse caso não vejo problema – falou a garota limpando as lágrimas restantes do seu rosto. – Vamos logo.
–Só tem alguns problemas – lembrou vitória – quem é aquele cara, o que ele queria com vocês e por que vocês?
–Nós não sabemos – respondeu o garoto mais novo com sinceridade – é a primeira vez que o vimos.
–Bem – dei de ombros – eu também não sei, mas vamos ter que leva-los para a CDM. Além de tudo ele pode ser um dos inimigos da CDM, ou pelo menos pertencer a uma dessas organizações que lutam pelo lado do mal.
–Eu nunca ouvi essa história – falou Clarck com as sobrancelhas cerradas – onde ouviu isso?
–Eu só ouvi uma parte – respondi de cara – de uma conversa entre capitão Ulisses e o “chefe” quando estava no treinamento de Elite avançado. Já faz tempo e eu não sei se entendi direito. Tudo que ouvi foi o “chefe” dizer:
“Ulisses” começou o “chefe” (eu menti nessa parte, mas eu não podia dizer que o nome do capitão Ulisses era Michel) “recebemos informações de que um dos ‘Sangue-Sugas’ está estabelecendo uma nova ramificação da gangue”.
“E você quer que eu vá investigar?” respondeu o Capitão.
“Claro que sim, você o melhor na área.” Retrucou o “chefe”.
“Tudo bem, mas você precisa mobilizar mais gente para acabar com nossas organizações inimigas.” Sussurrou o capitão Ulisses muito mais baixo do que antes. E isso foi tudo que eu consegui ouvir.
Todos ficaram se olhando, e analisando mentalmente a situação. Depois de um tempo Vitória disse:
–Não vamos mexer com isso agora... – falou ela hesitante - Mas antes é melhor examinarmos o corpo, para ver se encontramos algo.
–Por mim tudo bem. – disse Clarck – mas temos que fazer isso rápido, logo alguém vai chamar a polícia.
Depois disso todos nós carregamos o corpo para o quarto que Alexandra (esse era o nome da coreana) alugou para ela seu irmão Pietro (o nome do garoto mais velho) do primo deles Gabriel (o nome do garoto mais novo) e para Kurt (o namorado de Alexandra, que foi morto). Lá nós examinamos o corpo e encontramos algumas tatuagens, que representavam monstros de diversas culturas, inclusive demônios.  Só uma tatuagem não representava nem um monstro. Nas costas dele, tinha uma tatuagem enorme, em que estava escrito:
I’m Scare!
–O que acham que significa isso? – perguntou Pietro.
–Até onde eu entendo – falou Clarck – “ele é Scare”.
–E o que significa Scare? – perguntou Alexandra.
–É um nome de guerra. – falei relembrando algumas matérias do tempo do Sr. Michel. – Acho que algumas gangues de mestiços, que não sabem nada sobre o sangue deles, usavam nomes de guerra e esse era um dos nomes listados.
–Scare – disse Pietro – eu já ouvi alguém com esse nome...
Pietro começou a bater os dedos na testa tentando lembrar, e finalmente disse:
–É claro – falou rindo – aquele garoto na parada de Seara... ele se chamava John Scare... mas então – falou ele sério – ele era tipo “do mal”?
–Talvez não. – falei tentando associar os fatos – Ele talvez tenha pertencido aos “Scare” e agora tenha uma vida de bem.
–Como exatamente esse tal John entra na história?
–Há alguns meses – falou Alexandra – nós fizemos uma parada na nossa viagem em Seara. Mas acho que passamos tanto tempo que chamamos a atenção de alguns monstros. Esse garoto, John Scare, trabalha lá, e nos ajudou a proteger os “mortais”, como ele chamou. Nós nos demos bem, até oferecemos a ele a proposta de ele viajar conosco, mas ele disse que precisava cuidar dos mestiços que por ali passavam, para que os “outros” não os pegassem. Nós não entendemos direito, mas partimos e viemos parar aqui no fim das contas.
Eu e meus amigos nos entreolhamos, e Pietro e Gabriel logo perceberam e tentaram juntar as informações.
–Bem – disse eu percebendo a curiosidade dos garotos – obviamente esse garoto, John Scare, pertencia a algum grupo inimigo da CDM, e por alguma razão saiu, e não quer que eles ganhem força, portanto ele fica no Seara para instruir outros Mestiços para não se juntar ao lado errado.
–Isso de fato faz sentido – falou Gabriel – mas por que nós não vamos para um lugar mais seguro? Eu estou sentindo algo estranho.
No mesmo instante eu coloquei minha mão sobre a pedra negra, e senti-a mais gelada do que nunca. No mesmo instante eu olhei pela janela e vi uma grande quantidade de monstros rodeando o Hotel. Eu estremeci, olhei para trás e disse:

–Precisamos lutar.

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