Depois disso,
Jane e eu fomos procurar os meus professores, o Senhor e a Sra. McJones. Depois
que os encontramos, Jane contou a história assim como eu havia descrito, mas
quando chegou à parte do nosso diálogo, ela começou a sussurrar e esconder a
boca para que eu não lê-se seus lábios. Quando ela terminou os meus professores
olharam para mim, se entreolharam e olharam de novo para Jane. Fizeram isso
mais duas vezes pelo menos e depois disseram:
– Devon, de
acordo com que sua amiga explicou você não poderá ter aulas conosco. – falou o
Sr. McJones.
–Ao que parece
você vai ter que ir a um treinamento de Elite. – falou a Sra. McJones.
–Por qual razão
eu tenho que ter tratamento diferente?
–Bem garoto, –
disse o professor – você é bastante forte então não vai dar para que eu o
treine da maneira apropriada.
Depois disso,
ouve um silêncio intenso entre nós, mas não perguntei mais nada. Jane e Lila me
levaram para a sala do “chefe” que
havia chegado de sua caçada. Lila falou mais do que Jane e explicou a minha
situação. Ele era um homem alto, parrudo e um pouco velho, mas me olhou como
uma criança quando vê seu sorvete e está prestes a comê-lo. Depois de um tempo
a expressão sumiu e ele começou a me estudar. Por fim disse:
–Então... Devon
não é?
–Sim senhor –
eu falei como se fosse do exército mesmo sem saber o motivo.
–Você é
bastante habilidoso – Falou o “chefe” sacando uma faca de um dos bolsos de sua
mochila. Eu realmente achei estranho um homem já no fim da fase adulta e começo
da velhice com uma mochila nas costas, principalmente por que ele usava um
sobretudo preto com contraste cinza em algumas partes.
–Obrigado
senhor – falei já soando frio devido a faca que ele sacou.
–Ora não tenha
medo dessa faquinha – falou o “chefe” brandindo-a a minha frente, ele riu um
pouco e depois disse – Você realmente parece forte, o que acha de lutarmos?
–Mas... é
que... tipo...
–Oh vamos lá.
Eu não te machuco e você não me machuca, que tal?
–Tudo bem –
falei um pouco pálido e me preparando para sacar minha espada.
–Ok, me siga
vamos para uma sala especifica.
Lila e Jane nos
seguiram, mas não me olharam cara a cara. Quando chegamos a arena ele sacou
outra faca e disse:
–Você tem arma?
–Claro –
respondi e saquei a espada.
–Nossa... – ele
assoviou – muito bem, valendo.
O “chefe”
gostaria de dizer que me venceu no primeiro golpe, mas não foi bem assim. Ele
deferiu um golpe leve na minha perna direita, e em quanto eu estava distraído
ele atacou meu braço esquerdo; não foi muito útil, pois assim que eu percebi o
que se passava eu usei o punho da espada (mais rápido do que ele imaginara) e o
ataquei com toda minha força. Ele desnorteado cambaleou para trás e eu coloquei
a mão livre onde ele havia me cortado de leve (o que não era a intenção).
Depois eu parti pra cima dele, mas como eu era mais baixo e fraco tudo que
consegui foi um tombo no chão e um leve desequilíbrio do meu oponente. Depois
disso começamos a lutar lâmina contra lâmina até eu me cansar e deixar cair
minha espada. Mesmo assim foi um excelente combate, e assim que ele terminou e
eu perdi, o “chefe” disse:
–Foi um bom
combate garoto, você luta muito bem. – disse ele estendendo a mão para um
aperto de mão amigável.
–Obrigado, o
senhor também é muito bom.
–Sabe garoto –
disse ele passando a mão pelo meu ombro e me fazendo caminhar para a porta –
não é qualquer um que me vence, ou resiste tanto tempo assim como você fez. Ano
que vem você tenta de novo, marque esse dia Devon, e se prepare para o ano que
vem.
Depois de dizer
isso ele me fez passar pela porta onde Jane e Lila me aguardavam e disse:
–Seu professor
durante o primeiro ano será um professor de Elite, nos demais anos serão
professores comuns.
Depois de dizer
isso ele se virou e um portal negro se abriu, então começou a correr e
desapareceu na escuridão profunda, que também desapareceu.
...
Depois disso
Jane foi ao encontro de Rico e eles ocasionalmente se beijaram (eu já
suspeitava que eles namorassem desde que tive o sonho da tatuagem). Então a
Sra. McJones me levou até uma sala onde havia alguns caçadores, que logo a me
ver acompanhado da Sra. McJones se levantaram e começaram a me estudar. Depois
de um tempo eles começaram a se entreolhar e alguns pareciam sentir calafrio,
pois se tremiam quando eu passava por eles. Quando chegamos ao fim da sala ela
abriu uma porta e me fez entrar lá. Era um quarto pequeno, deveria ter 5m² no
máximo, a parede tinha pequenas aberturas como que por camadas e algumas
câmeras, a sala era completamente cinza, mas era um cinza levemente prateado.
Quando eu estava dentro Lila sussurrou em meu ouvido:
–Tome cuidado –
falou docemente – e não morra.
Depois que ela
disse isso, ela me trancou lá dentro, então eu saquei minha espada e me
preparei para o pior. Infelizmente o pior não veio. Apenas facas voando em
velocidades absurdas e alguns tiros de bala de borracha. Durante todo o
instante que eu estava dentro da sala meus braços não pararam de se mexer. Eu
ainda agarrei algumas facas e comecei a usa-las como escudo; foi difícil, mas
por fim eu tinha um escudo protegendo minhas costas e minha espada desviando as
outras facas. Depois das facas e das balas de borracha, uma quantidade absurda
de água que acabou desmontando meu escudo e levando as facas que o compunham,
logo em seguida um enxame de abelhas robóticas começaram a me atacar, mas eu
ainda sentia as águas passarem pelos canos debaixo de mim, então cravei minha
espada no chão, e uma enxurrada de água molhou a maioria das abelhas, as que
sobreviveram começaram a me ferroar, mas eu derrubei uma boas parte com minha
espada. Depois das abelhas milhões de flechas estavam apontando para mim, e eu
quase entrei em pânico; mas antes que elas atirassem, meu cérebro fez o que eu
precisava. Ataquei os suportes dos arcos mais próximos e comecei a atirar nos
demais que iam quebrando ou travando. Depois que as flechas do meu arco
acabaram eu peguei outro e continuei a destruir os demais, até que não sobrou
nem munição nem arcos.
Eu já estava
exausto, mas ai eles mandaram um pequeno Drakon para me atacar. Eu não tinha
mais forças então tudo que eu fiz foi cravar a espada no peito do animal. Ele
ainda se debateu, mas por fim assim como eu se rendeu ao cansaço, mas no caso
dele infelizmente as consequências seriam a morte.
Depois de ter
matado o Drakon eu me deitei no chão e apaguei. Quando eu acordei estava
deitado num leito de enfermaria. Na sala estavam Lila; uma enfermeira (pelo
menos ela se vestia como uma) chamada Judith (pelo menos é o que dizia o crachá);
e um cara alto mais ou menos de 1,90 de altura, musculoso, com a habitual
mochila nas costas, ele era um mulato e tinha um cabelo ralo mais bastante
encaracolado, estava com um atirador de flechas automático na mão e usava uma
anel de bronze com letras minúsculas para que se pudesse ver de longe, ele
vestia uma calça caqui marrom, uma camiseta polo de mangas compridas e um
sobretudo parecido com o do “chefe”
mas só que em melhor estado, por alguma razão ele estava descalço. Quando eu me
sentei e depois me levantei eu percebi que também estava descalço e também Lila
e Judith.
Assim que eu
fiquei de pé o homem alto começou a estudar e logo em seguida olhou pra Lila
olhou que veio falar comigo. Ela disse:
–Você está bem
querido?
–Sim estou
ótimo – menti – uma dorzinha aqui e ali, mas estou bem.
–Nesse caso –
disse o homem parrudo – já podemos começar o treinamento.
–O quê? – olhei
para Lila um pouco assustado.
–Ele será seu
treinador de Elite. Seu nome é Michel mas apenas os professores e os alunos
dele conhecem o nome dele, então não revele a ninguém – disse Lila um pouco
assustada.
–Joseph, eu vou
treiná-lo durante seu primeiro e se no segundo ano você também quiser receber
meu treinamento, tem que se mostrar digno de ser meu aluno. Para o primeiro ano
aquela apresentação na sala de Elite foi o suficiente.
–Pode me Chamar
de Devon – falei um pouco tonto. Depois de receber tanta informação no estado
que eu me encontrava isso já era de se esperar. – Eu não ligo muito pra
formalidades.
–Mas eu ligo –
falo Michel secamente – então me chame pelo meu nome de Elite e apenas se
refira a mim como senhor ou capitão. Entendido?
–Sim senhor. –
falei desanimado.
–A proposito
meu nome de Elite é Ulisses, como você já deve imaginar é uma homenagem ao
Guerreiro Grego Ulisses. – Falou Michel ou Sr. Ulisses – Portanto me chame
assim em público.
–Sim senhor
Ulisses – falei voltando a me deitar.
...
No dia seguinte
eu comecei meu treinamento pra valer, mas como era um treinamento de Elite eu
não posso dar muitos detalhes; mas o que eu posso dizer direi.
Todo dia
tínhamos lições de treino físico e aula teórica, muitas vezes o professor
passava os dois ao mesmo tempo, e durante um longo ano eu tive que aturar o
Capitão Ulisses. No final do ano eu já sabia bastante sobre Mitologias Egípcias
e Greco–Romana e um pouco sobre folclore brasileiro e lendas urbanas. Eu
praticamente não sabia nada sobre os deuses Nórdicos ou mitologia Persa.
No ano novo eu
passei na casa da Kath e da Liz que convidaram também Rico, Jane, Thomas,
James, e Peter e Lila McJones.
Após duas
semanas de o ano começar eles permitiram que eu fosse pra casa passar meu
aniversário com minha família. O próprio Capitão Ulisses permitiu que eu usasse
um de seus portais para ir a minha cidade; mas chegando lá tive uma grande
surpresa.
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