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sexta-feira, 7 de março de 2014

Capitulo V – Meu Aniversário de Oito Anos

Assim que eu cheguei a minha cidade, eu me deparei com algo um pouco fora do normal. Uma grande ventania abalava toda a zona Noroeste, onde coincidentemente ficava minha casa, no início eu não dei muita bola já que era normal ter ventanias na cidade, eu só me intriguei devido o vento ser quase visível como se fosse uma pessoa feita de vento. O portal de Ulisses me levou ao portal de entrada na zona Leste eu tive percorrer um bom caminho a pé. James permitiu que eu ficasse com a espada então eu a carregava a todo o momento. Como era minha única arma eu me preocupava bastante com ela mas no fim do ano passado eu já a manejava muito bem, portanto eu sabia cada movimento que eu necessitaria usar em caso de emergência.
Eu caminhei por alguns minutos até um carro passar e eu obviamente pedir carona. Eu falei:
–Bom dia amigo, você poderia me dar uma carona até a zona noroeste da cidade?
–Desculpe-me, mas o máximo que eu posso te levar é no Centro – falou o motorista com um ar bastante natural, como se nos conhecêssemos há bastante tempo.
–Eu aceito – entrei no carro e coloquei a mochila (onde eu guardava minha espada) aos meus pés, onde eu poderia ter acesso a espada rapidamente caso precisasse.
A viagem até o centro foi tranquila; basicamente não tinha muito trânsito até onde o rapaz iria me deixar. Depois que ele me deixou no centro eu agradeci e fui andando até o ponto de ônibus mais próximo. Peguei um ônibus que levava a zona norte; quando cheguei ao meu destino comecei a caminhar a pé até minha casa. Tenho que confessar que se aquela situação tivesse acontecido em 2006 ou no início de 2007 eu não teria aguentado, mas depois de passar um ano recebendo treinamento de Elite eu mal soei.
Quando eu cheguei mais perto percebi que realmente se podia ver o ar, era como se eles estivessem em conflito. Eu comecei a sentir a presença de algo mal, mas ao mesmo tempo algo inofensivo. Eu comecei a correr até a rua da minha casa, onde avia maior concentração dos ventos, e corri até o ponto mais próximo que consegui.
Assim que cheguei próximo de casa, vi uma cena um pouco anormal, até mesmo para os Caçadores. Se você já presenciou uma briga você tem mais ou menos uma noção do que estava acontecendo. Imagine o cara mais forte da sua escola trabalho ou qualquer outro lugar; agora imagine seis caras um pouco fortes lutando contra o cara mais forte; agora imagine que eles estão voando e eles são feitos literalmente de ar. Era isso que estava acontecendo. Assim que eu presenciei a cena eu reconheci o cara mais forte, era o deus egípcio dos ventos: Shu. Os outros caras eram espíritos das tempestades Romanos chamados de Ventis.
Assim que eu os vi eu pensei mil coisas ao mesmo tempo, por isso eu parei, mas assim que um dos Ventis percebeu a minha presença relinchou para os outros – pois estava na forma de cavalo – e todos se viraram. Logo em seguida três Ventis em forma de cavalo e um Venti na forma de humano avançaram para cima de mim, em quanto isso, Shu estava lutando com os que ficaram. Eu não tive tempo de pensar direito, caso contrário não me arriscaria tanto, mas eu usei um dos únicos truques que eu aprendi a executar com êxito: a miragem.
Em um segundo eu estava na calçada observando tudo, no outro estava do outro lado da rua avançando em direção aos Ventis que atacaram a miragem que eu deixei. Logo todos os quatro estavam em sua forma sólida tentando me machucar sem conseguir. Então num passe de mágica eu apunhalei cada um dos Ventis e cada um se desfez em pó.
 Os outros dois fugiram, e Shu desceu em sua forma mais humana possível. Ele então disse:
–Bom trabalho garoto – falou com ar de superioridade, mas também orgulhoso por mim – Você irá se tornar um grande mago se continuar assim.
–Mas eu ainda não escolhi o Sangue egípcio – falei com os olhos semicerrados. – Ainda estou no meu primeiro ano.
–Pois bem – retrucou Shu, eu não poderia dizer qual era a expressão dele já que ele era basicamente Ar dentro de uma roupa – você deveria desde já escolher o lado egípcio, pois caso ainda não saiba é o melhor.
–Bem já que diz isso... – falei com indiferença – Afinal, por que você está aqui?
–Fui encarregado pelo próprio Rá de proteger a família de um mago talentoso, no caso você – falou ele satisfeito.
–Bem até quando? –falei já preocupado com um possível retorno dos Venti.
–Até que você retorne para Brasília. – respondeu Shu.
–Nesse caso você pode ficar de guarda que eu vou comemorar minha festa de aniversário... –falei me dirigindo para minha antiga casa. – Você gostaria de se juntar a nós?
–Claro, mas quem fica de guarda?
–Não se preocupe eu vou usar um encantamento para ocultar a casa.
–Neste caso vamos – então Shu começou a voar e me levou pelos ares até a minha casa.
Assim que eu entrei minha mãe estava me esperando, junto com meu irmão John. Minha avó também estava lá, mas ela não me viu.

Depois de muitos abraços e beijos da minha mãe e um tapinha nas costas do meu irmão e apresentei meu amigo “Twister” e disse que ele passaria o meu aniversário comigo, minha mãe não reclamou e nós entramos. Almoçamos e comemos um bolo, mas assim que eu ia ver minha avó (que estava muito doente, por isso não se confraternizou conosco), um portal se abriu na minha frente e eu entrei – eu não tive tempo de parar. Lá dentro era o vazio total. Eu estava preso; preso pela escuridão... a escuridão do Duat.

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