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sexta-feira, 7 de março de 2014

Capitulo VI – Minha Estadia No Duat

Eu não sabia quanto tempo já havia passado, nem quanto tempo eu dormia. Por alguma razão eu não sentia nem sede nem fome. Eu estava com muito tédio. Eu havia sacado a espada no primeiro dia, – se é que se passou mais de um dia –era muito difícil de saber – ou se quer se o tempo passou – e tentei atacar as paredes; mas elas não existiam. Eu as vezes estava caindo por falta de chão e as vezes parando bruscamente simplesmente por pensar na existência de um.
Mesmo assim eu tentei ter uma estadia agradável, já que era pra eu ficar preso que ao menos eu estivesse confortável. Eu usei uma capa na minha mochila como lençol. Tentei contar o tempo, mas era simplesmente impossível. Durante todo momento que eu estive lá eu não conseguia se quer contar os segundos.
Depois de algum tempo (pode ter sido 2 semanas ou 2 dias) eu já estava enlouquecendo. Eu tentava a todo o momento golpear um parede inexistente.
Se você nunca esteve preso no Duat (o que eu do fundo do coração, não desejo ao meu pior inimigo) você talvez esteja sem muita noção de como é lá. Simplificadamente, você consegue controlar a gravidade as paredes e o chão. O simples fato de você imaginar limites funciona no Duat; se você –assim como eu – imaginasse que estava numa sala do tamanho do seu quarto, você estaria, e não conseguiria quebrar as paredes tão fácil como imagina.
De primeiro eu imaginei uma escuridão infinita e corri até o fim (que naquele momento não existia) sem sucesso; depois eu comecei a imaginar onde eu estava pisando e olhei para baixo; assim que eu olhei eu pensei não existir chão, então o chão no qual eu corria, desapareceu, e eu cai durante um bom tempo. Eu acho que inclusive cheguei a dormir, mas um sono sem sonhos, e naquele caso não faria diferença, já que tudo em volta era a escuridão sem fim. Depois de bastante tempo caindo (eu não posso dizer se realmente foi bastante tempo ou nem um) eu comecei a imaginar um chão a dezoito metros abaixo de mim, e então cheguei ao chão são (nem tão são assim) e salvo. Comecei a sentir uma leve claustrofobia (que eu aprendera a controlar na CDM) e comecei a imaginar que estava numa sala pequena e estava vendo as paredes se fechando. Então eu percebi que tudo não passava de minha mente se voltando contra mim. Então me imaginei numa sala enorme e as paredes ficaram nos limites da minha sala imaginaria.
...
Eu comecei a relembrar minhas lições que eu tive na CDM sobre como abrir fendas no Duat. O capitão Ulisses me ensinou a abrir fendas no Duat em casos de emergência, para isso era necessário saber trabalhar sobre pressão e conseguir se concentrar com barulhos extremamente altos.
Ele também me ensinou a "dar forma" ao Duat. O Duat por si próprio é um mundo abaixo do nosso; um mago egípcio pode abrir fendas entre o nosso mundo, e o mundo do Duat; em cada caso você pode dar uma forma a sua fenda e abrir a sua fenda quando quiser (se você tiver pratica e souber executar os critérios que eu já falei). No treinamento de elite o capitão Ulisses ensinou–me a ter acesso a armas mesmo quando estiver longe da minha mochila. Cada caçador além de guardar suas armas no interior da mochila (que nada mais é do que uma mochila comum com uma conexão fixa com o Duat), guarda uma espécie de kit de emergência, com armas suprimentos e medicamentos, em um fenda do Duat.
No ano passado eu havia feito um estoque com algumas armas. Eu consegui me concentrar facilmente, em parte por ter treinado bastante essa técnica na CDM, em parte também por causa do silêncio absoluto; mas não aconteceu absolutamente nada.
Só então eu me dei conta que estava no Duat – ou pelo menos em parte dele – então eu precisaria fazer o oposto para abrir uma fenda para o mundo mortal.
Depois de bastante esforço finalmente eu tive uma resposta. Algumas faíscas começaram a sair da parede imaginária e uma pequena fenda se abriu, como eu não podia passar por ele rapidamente peguei um zíper da minha mochila o arranquei e joguei.
...
Depois de tudo isso eu fiquei com tédio mortal e comecei a lutar sozinho treinando gradativamente com as paredes imaginárias. Logo eu consegui moldar as paredes e deixa-las como estatuas, e elas me atacavam e eu me defendia, eu fazia isso pelo simples ato de treinar que eu adquiri na CDM. Em pouco tempo (ou talvez bastante) eu estava começando a desenvolver meus músculos. Eu ainda esperava que algum caçador logo viesse me resgatar.
Ora, quando eu lancei meu zíper pela fenda eu havia colocado nele todo o meu "cheiro", todos os monstros sentem cheiro de mestiços portanto na maioria das vezes eles vem direto pra gente. Quando eu passei o meu cheiro para o zíper, eu gastei o pouco da energia que me restava, já que eu tinha gastado bastante para poder abrir a fenda, e como eu não parava de treinar, minha energias não se renovavam, por isso não abri outro portal.
O meu plano em si era que uma quantidade enorme de monstro viessem correndo atrás do meu zíper (que tinha cheiro de mestiço) e logo umas três equipes de caçadores fossem enviadas para lá. Depois que eles matassem os monstros, veriam o zíper da minha mochila no chão, e sentiriam a presença de um mestiço. Logo eles veriam que o zíper passou pelo Duat e iriam até o local especifico onde eu estava para me salvar.
Infelizmente o plano não deu certo e eu continuava treinando continuamente. Depois que pela primeira vez eu fiquei exausto eu comecei a lembrar da minha casa e da CDM. Eu lembrei que tinha uma luta marcada com o "chefe" no dia 17, e que deveria escolher armas novas no meu primeiro dia na aula Normal. Eu tinha quase certeza que s prazos já haviam terminado, mesmo assim queria a todo custo voltar e honrar cada compromisso.
...
Depois de muito tempo (ou talvez nem um) dormindo eu já me sentia com mais energia. Depois disso eu comecei a fazer os bonecos de escuridão me atacarem, mas então subitamente eu parei, pois agora tinha me dado conta de que eu poderia usar o Duat para sair do Duat.
Rapidamente comecei a passar um pouco do poder que eu havia "estocado" para cada boneco feito de escuridão, e percebi que eu tinha juntado mais energia do que em qualquer outra vez, e logo vários guerreiros cheios de força e poder estavam abrindo uma enorme fenda na parede de escuridão. Em dois ou três golpes de cada um eu já conseguia ver o mundo exterior pelo outro lado da fenda. Em 10 golpes eles já haviam aberto uma fenda para se passar um caminhão. Então eu comecei a imaginar eles imóveis, mas não estava acontecendo nada, eles ainda estavam abrindo a fenda.

Logo eu me dei conta de que a força e o poder que eu dei a eles pudesse ter feito com que eles tivessem vida própria, como quando a gente constrói um shabat. Então concentrei as forças que tinha e comecei aos poucos a parar cada um usando o poder que eu lhes havia dado, logo eu tinha o controle de todos. Em quanto eles seguravam a fenda eu tratei de passar. Quando cheguei ao outro lado eu não sabia exatamente onde estava até ver os prédios os rostos das pessoas e a fala deles. Eu estava no Japão.

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